Na foto acima, a atriz Salma Hayek em Frida, de Julie Taymor, 2002. A cena reconstitui o período em que a pintora mexicana cria a sua mais pessoal e significante obra: o quadro A coluna partida, em 1944.
À época do autorretrato, aos 37 anos, Frida Khalo estava com a saúde fragilizada, mas nutria a alma das forças que o corpo não tinha mais.
Como em um raio X preciso, conotativo e tridimensional, vê-se a coluna cervical quebrada substituída pelo ferro do carro que lhe acidentou... as lágrimas caem no rosto, os pregos perfuram a pele, as vastas sobrancelhas como uma asa emoldura o rosto firme e triste, como firmes são os seios que sensualizam sua tristeza, desnudos pelas tiras de um espartilho que lhe sustenta o dorso.
A firmeza maior nessa obra-prima vem do olhar que não se quebrou. Vem de dentro, de um coração machucado, desafia a si mesma, desafia a quem olha.
Resistente, ela dizia, “o que não me mata, me alimenta.”
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