foto Ana Branco
o pensamento pesa
tanto quanto o corpo
enquanto corto os conectivos
corto as palavras rentes
com tesoura de jardim
cega e bruta
com facão de mato.
Mas a marca deste corte
tem que ficar
nas palavras que sobraram.
Qualquer coisa do que desapareceu
continuou nas margens, nos talos
no atalho aberto a talhe de foice
no caminho de rato.
Trecho do poema Sem acessório nem som, de Armando Freitas Filho, publicado no livro Cabeça de homem, 1991.
Nenhum comentário:
Postar um comentário