Pickpocket, no Brasil intitulado O batedor de carteiras, de Robert Bresson, 1959, foi considerado à época do lançamento tão importante para a linguagem cinematográfica quanto Cidadão Kane, de Orson Welles.
Muitos cineastas reconheceram e louvaram a importância do filme em citações diversas: Jean-Luc Godard, em Acossado (À bout de souffle), 1960, deu o mesmo nome ao personagem principal, Michel, interpretado por Jean-Paul Belmondo; Martin Scorsese admite que muitos planos de Taxi Driver teve "Pickpocket" como inspiração, isso porque o autor do roteiro, Paul Schrader, era um admirador da obra bressoniana, a ponto de colocar em filmes que depois dirigiu, como Gigolô Americano (American gigolo), 1980, e O Sequestro de Patty Hearst (Patty Hearst), 1988, finais parecidíssimos ao do clássico francês.
Bresson, mestre do minimalismo, era um apaixonado pela literatura de Dostoiévski. As questões psicológicas de culpa e redenção em seus filmes remetem muito a Crime e Castigo.
Há resquícios do jovem estudante assassino Raskólnikov no batedor de carteiras Michel, no acossado ladrão de carro Michel Poiccard de Godard, no motorista de táxi Travis Bickle, veterano da Guerra do Vietnan que quer "higienizar" as ruas de Nova York com uma Magnum 44...
No interior das imagens em movimento, a arte se propaga ad eternum...
Nenhum comentário:
Postar um comentário