quinta-feira, 9 de novembro de 2017

no brick on the wall

Ironicamente, hoje quando faz um ano que o besta fera Donald Trump foi eleito presidente, e tem entre suas metas diabólicas a construção de um muro entre EUA e México para conter imigração ilegal, celebram-se 28 anos da queda do Muro de Berlim.
Durante quase três décadas de existência, o muro, com seus quase 70 km de extensão, separou não somente um país, mas polarizou o mundo, no que Drummond chamou de "tempo de homens partidos".

Na onda revolucionária que se propagou no Bloco do Leste, em 1989, o muro foi destruído, cortina de ferro rasgada, com a euforia de multidões de alemães dos dois lados, que se reencontraram, e dessa forma simbolizando e manifestando um novo tempo, porque, "os lírios não nascem das leis" - recorrendo mais uma vez ao poeta de Itabira.

Há muros e "muros" ainda para serem derrubados, dentro de nós e lá fora. E outros que não devem ser levantados.
Há o meu lado e o teu. Isso e aquilo. "Tudo tão difícil depois que vos calastes... / e muitos de vós nunca se abriram", citando outra vez Drummond, em seu preciso e precioso poema Nosso tempo.

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