domingo, 1 de outubro de 2017

mestre Suzuki

Quando se fala no cinema produzido no Japão, logo vem à mente o nome de mestres como Akira Kurosawa, Yasujiro Ozu, Kenji Mizoguchi, Takeshi Kitano. No ocidente, o trabalho de Seijun Suzuki, um dos mais importantes da Terra do Sol Nascente, ainda permanece desconhecido de grande parte da população. Ídolo de uma geração, é influência assumida de diretores como Jim Jarmusch e Quentin Tarantino.
Falecido no começo deste ano, aos 97, o cineasta teve mostras em países da Europa, com debates e seminários visando aprofundar as propostas estéticas contidas em sua cinematografia. Em 2006 o CCBB Brasília realizou a retrospectiva Seijun Suzuki – O coreógrafo da violência, exibindo oito filmes assinados pelo diretor e mais cinco produções feitas por cineastas que dialogam com o seu cinema. Esse movimento de redescoberta alcançou grande repercussão quando Tarantino confessou ter se inspirado no filme A vida de um tatuado (Irezumi Ichidai), de 1965, para a criação de Kill Bill.
Seijun Suzuki é representante de um cinema comprometido com a ousadia estética e com a ruptura de valores. É o enfant terrible de uma importante mudança no cenário do cinema japonês dito sério, que tinha em Kurosawa e Ozu seus principais representantes. Inicialmente diretor de filmes de ação B para os estúdios Nikkatsu, Suzuki foi aos poucos introduzindo um tom cada vez mais farsesco em seus filmes. Ele foi quem primeiro ousou estilizar a violência dos filmes de gangster (da Yazuka) e kung fu a ponto de transformá-los numa coreografia lúdica – proposta seguida depois por diretores como Zhang Yimou, em O clã das adagas voadoras (Shi mian mai fu), de 2004.
Suzuki imprimiu tanta modernidade em seus filmes que hoje são considerados pós-modernos.

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