Lula
Côrtes é um dos nomes mais representativos da música brasileira, como
músico, letrista, poeta de versos cheios. Pernambucano da gema, fez um
disco histórico com Zé Ramalho, "Paêbiru", gravado artesanalmente nos
lisérgicos anos 70, uma preciosidade que mistura acordes nordestinos com
o rock psicodélico.
O vinilzão é uma raridade: os 1000 exemplares restantes foram embora água abaixo numa enchente em
Recife que invadiu como um tsunami a gravadora Rosemblit. Quem tem o
disco, tem e pronto, não empresta, sequer vende pelo preço que
colecionadores oferecem, algo em torno de R$ 5 mil. Eu não venderia se
tivesse. Tenho uma fita cassete copiada de um amigo, e há uns dois anos
baixei da internet. Mas os chiados estão lá, em algumas faixas. O que é
bom.
Zé Ramalho e Lula Côrtes em tempos dinossáuricos, em vibrações
lisérgicas de chá de zabumba, pousando no sertão paraibano da Pedra do
Ingá como ETs para o encarte do vinil "Paêbiru". E lá se foram os
cabeludos anos 70.
Avohai, caro Zé, que continua espalhando coisas sobre um chão de giz...
Avohai, caro Lula Côrtes, agora a caminho da montanha do sol... Padim Ciço já lhe benzeu.
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