A Prefeitura da capital italiana anunciou nesta semana financiamento para restauração do filme "Roma, cidade aberta" (Roma, città aperta), um dos clássicos do cinema mundial, obra-prima dirigida por Roberto Rosselini, marco do neo-realismo. Particularmente considero "Ladrões de bicicletas" (Ladri di biciclette), de Vittorio De Sica, rodado em 1948, o mais neo-realista de todos. Tudo bem, o filme de Rosselini veio antes, é de 1945. Ali o cineasta apresenta todos os elementos que conceituariam um cinema feito de maneira clara, direta, saindo dos estúdios e filmando em locações onde aconteceram os fatos, com não-atores compondo o elenco. Imagine que Rosselini usou verdadeiros soldados nazistas como extras em seu filme, na intenção de dar mais efeito às cenas. As primeiras imagens de "Roma" são reais, captadas pelo diretor com uma câmera oculta. São mostrados soldados do eixo, carros bélicos e tanques de guerra antes de ser iniciada a história em si, e lá pelo meio do filme aparecem outras cenas reais, semelhantes às primeiras, mas inseridas no contexto da narrativa.
O filme retrata a ação de um grupo de resistentes do qual fazem parte dois amigos, que têm apoio de um padre e da mulher de um deles. Os fascistas e os nazistas acabam por encontrá-los e desmantelam o grupo. O filme é belo e trágico. Inesquecível. Para ver e rever, sempre. Rosselini iniciou com esse filme a sua trilogia da guerra, seguido um ano depois por "Paisà" (Paisà), e em 1947 fechou com "Alemanha, ano zero" (Germania, anno zero). Difícil dizer qual o melhor.
O obra será restaurada pela Cineteca Nazionale e será apresentado na próxima edição do Festival de Cinema de Veneza. Neste ano é comemorado o centenário de nascimento de Rosselini.
2 comentários:
Olá!!
Notícia linda!! Apesar de não o ser um dos meus preferidos ( estou com você, prefiro ladrões)Roma tem força.
grande abraço!
Iris
oi, tio, gostei desta notícia sobre o filme do Rosselini!
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