A história da paraibana Elizabeth Altino Teixeira no combate à violência agrária e à impunidade começou em 1962, após o assassinato do marido, o fundador da Liga Camponesa João Pedro Teixeira.
“O João sempre me pedia para dar continuidade à luta, eu não respondia. Na hora da morte, ele segurou na minha mão e eu disse sim. Nem pensei que eu estava sozinha para criar onze filhos”, conta com serenidade e saudade. Para não ter o mesmo fim do marido, com o golpe militar de 1964, Elizabeth foi viver na clandestinidade, no interior do Rio Grande do Norte, com o falso nome de Marta Maria Costa.
Quando era militante, ela chegou a ser convidada por Fidel Castro para morar com a família em Cuba. Determinada, agradeceu respondendo que tinha uma missão no Brasil: “lutar pelo direito à terra.”
A trajetória de ambos foi resgatada pelo cineasta Eduardo Coutinho no filme Cabra marcado para morrer, rodado inicialmente em 1964 e finalizado em 1984. Elizabeth é protagonista da história de perseguição no campo e de repressão política sofrida pelo marido.
“Perdi a conta de quantas vezes fui presa e vi a morte de perto, mas o que mais doeu nessa vida toda foi ter passado mais de 16 anos longe dos meus filhos”, conta. Nove deles foram criados pelo seu pai.
No dia 9 de março de 2006, durante o primeiro mandato do presidente Lula, dona Elizabeth foi homenageada no Congresso Nacional, recebendo o diploma Mulher-Cidadã Betha Lutz por ocasião do Dia Internacional da Mulher.
Lúcida aos 96 anos, mora em João Pessoa numa casa doada por Eduardo Coutinho logo após as filmagens.
Na foto de Wyliana Teixeira, a beleza de dona Elizabeth ao receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19, em 24/2/2021.
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