"Precisamos dos poetas para dar coerência aos sonhos", disse mago Cotrone, personagem principal de Os gigantes da montanha, peça inacabada em dois atos do grande dramaturgo italiano Luigi Pirandello.
A fábula narra a chegada de uma companhia teatral decadente a uma vila isolada do mundo, cheia de encantos, governada pelo mago.
Em 2013 o Grupo Galpão, de Minas Gerais, fez uma belíssima montagem do texto, com direção de Gabriel Villela. Pirandello ficaria realizado se tivesse visto a encenação, pela forma como o ato final, originalmente inconcluso, ganhou solução a partir de indicações que o autor deixou nas entrelinhas. Ainda no leito de morte, em 1936, Pirandello chegou a relatar a seu filho uma sugestão para o terceiro ato.
Como resume a fala acima, a peça discute o lugar da arte e da poesia num mundo dominado pelo pragmatismo e pela técnica. O Grupo Galpão discorreu no palco que a poesia mais do que remove, comove a montanha.
Hoje 154 anos de nascimento de Pirandello, um dos gigantes renovadores do teatro.
E para ilustrar esta postagem, uma cena do filme E la nave va, 1983, de outro visionário, Federico Fellini, que soube muito bem dar coerência aos sonhos.
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