segunda-feira, 15 de julho de 2019

presente indicativo

foto Lyubomir Bukov
Um amigo me perguntou se já baixei o aplicativo de envelhecimento, para eu ver como serei daqui a não sei quanto tempo.
Não tenho a menor curiosidade em saber como serei bem velhinho, nem o que dizem as cartas do tarô, o desenho dos búzios, o que a cigana lê nas linhas de minha mão, nem como e quando partirei de vez na sombra sonora de um disco voador. E só irei porque não há outro jeito, por mim ficaria por aqui mesmo, apesar desses tempos.
Meu tempo é aqui e agora. Já me bastam no hoje as marcas do pretérito, as lembranças, principalmente as boas. Como disse o jornalista Alessandro Porro em sua biografia Memórias do meu século, “o passado é minha certeza.”

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