"A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais
que eu; e ela não perde o que merece ser salvo", dizia o escritor,
ensaísta e historiador uruguaio Eduardo Galeano.
Nesta manhã
chuvosa de segunda-feira em Fortaleza, leio a noticia de sua morte, às
9h, em Montevidéu. Minha admiração por ele é de ler e ouvi-lo com olhos e
coração imantados.
Galeano esteve em Brasília exatamente no dia 12 de abril do ano passado, na 2ª Bienal do Livro e da Leitura, quando abriu
o evento e foi homenageado. Durante a palestra, no auditório lotado do
Museu Nacional, disse que não leria nos dias atuais a sua maior obra, As Veias Abertas da América Latina, publicada em 1971.
Achava a
literatura de esquerda tradicional chatíssima, seu físico não
aguentaria, teria que ir direto ao pronto-socorro. Lúcido e espirituoso,
o escritor não renegou sua obra, importantíssima e pontualíssima para a
reflexão do pensamento da esquerda latino-americana. Apenas atualizou
essa reflexão. Esse clássico da literatura passou definitivamente no
teste do tempo, é um livro imprescindível, para sempre. Da mesma forma,
toda sua bibliografia de mais de 40 títulos.
Assim como a memória sabe dele mais que ele próprio, seu valor será guardado pela nossa memória.
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