Começa hoje no CCBB Brasília o projeto Invasão Paraense. Até dia 18
próximo atrações imperdíveis com 12 artistas que trazem a música popular
da região como o carimbó, as guitarradas típicas, essa belíssima música
de influência indígena miscigenada
saborosamente com a música negra. Alguns dos artistas anunciados fazem
uma curiosa mistura com as puxadas eletrônicas. Felipe Cordeiro, Gang do
Eletro, Jaloo, Lia Sophia, são excelentes nessa fusão "eletromelody".
Dona Onede, Mestre Laurentino, Mestre Vieira, Metaleiros da Amazônia, e
outros, mantém o canto mais puro, o que antes era visto com um olhar
enviezado pela classe média babaca e pela "crítica especializada".
Agora a mídia tascou o "cult" no gênero e inventou o termo "tecnobrega"
para se redimir da visão preconceituosa.
Dessa turma nativa, autêntica e de muita responsa, eu reverencio o senhor Aurino Gonçalves, o Pinduca, que faz show amanhã. Aos 75 anos, o mestre é o mais representativo da música do Pará. Manteve-se íntegro com seu gingado, com seu enorme chapéu e penduricalhos, suas roupas coloridas, seu canto intuitivo no balanço do carimbó, siriá, sirimbó num caldo delicioso com o merengue e a cúmbia.
Agora, o show de abertura de hoje, eu passo. A "tremível" Gaby Amarantos não dá. Ela é muito simpática, animada, segura no que canta, mas aquela música não me encanta. Uma espécie de mistura indigesta do axé-music com tacacá, uma voz irritante de Ivete Zangalo, e essa coisa de "vamos lá, mãozinhas pra cima, faz um T"... Ruim de tremer.
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