mestres da guitarrada

Pegue
o carimbó, o merengue, o maxixe, a cúmbia, a lambada, uma guitarra,
percussão e até um banjo, junte isso tudo nas mãos de talentosos músicos
paraenses e o resultado é contagiante, dançante com sabor de açaí,
tacacá, tucupi. Música regional e universal na sua mais completa
tradução.
O projeto Invasão Paraense apresentado no CCBB
Brasília de 3 a 18 deste mês foi uma das melhores programações musicais
que passou por aqui. Na sexta-feira fiquei arrebatado, por assim dizer,
com o show de Mestre Curica e Mestre Aldo Sena. O primeiro é conhecido
por inserir o banjo na música amazônica. E o tempero funciona. Seu
desempenho no palco prova o título de mestre como reconhecimento popular
do gênero guitarrada. Mas o que me impressionou foi a habilidade de
Aldo Sena na guitarra. A mim e a todos no teatro, quando uma multidão se
aproximou do palco para cumprimentá-lo no final. Solos harmoniosos saem
do seu instrumento, executado com a precisão, tranquilidade e
segurança de quem sabe muito bem o que faz. Aldo revezava sua atenção
nas cordas elétricas e os olhos na plateia igualmente eletrizada. Seu
olhar era de satisfação em ver e comprovar o quanto ele é bom. Sem
pedantismo, com simplicidade. Não "convencido", mas consciente. Merece
todas as palmas e elogios. Um dos melhores momentos foi a execução de
"The millionaire", pop instrumental dos anos 60 de Mike Maxfield, da
banda inglesa The Dakotas, que ficou conhecido no Brasil pelo grupo Os
Incríveis.
Enquanto isso, lá fora só conhecem deste Brasil brasileiro bobagens de não sei quem que quer pegar não sei quem.
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