Hoje: 48 anos do golpe militar no Brasil. Não há motivos para comemorar.
Pelo menos do lado de cá. Os reacionários, conservadores,
ultra-direitistas, fundamentalistas de idéias conservadores devem estar
saudosos.
Foram 20 anos de trevas sobre o país até os primeiros raios de luz das Diretas Já. Da "ditadura técnica" do abjeto Collor até a esperança de Lula chegamos a uma democracia. Não é a democracia que queremos, que sonhamos, mas é uma democracia, e mesmo com os defeitos, que precisamos combatê-los, o país é uma república federativa presidencialista.
Vivemos duas décadas de arbitrariedades, de prisões, de torturas, de mortes, de "suicídios", de corpos em valas comuns, sumidos, jogados ao mar. Há mais de quarenta anos que pais não têm seus filhos de volta, que filhos não conhecem seus pais, que brasileiros perderam o passado em cárceres e ainda ecoam em seus ouvidos a ira de seus carrascos. A tortura como instrumento do Estado, e não da lei, foi uma marca registrada do governo militar.
Em 1998 realizei um filme curta-metragem, "O último dia de sol", ambientado nesse período. Com roteiro a partir de lembranças minhas sobre o meu pai e histórias que ouvia, o filme se passa na madrugada de 1º de abril de 1964, quando um militante político foge com a mulher e o filho pequeno numa pequena cidade do interior cearense. Filmei em preto-e-branco, em película 35mm, com atores e técnicos de Brasília, Fortaleza e Rio, na pequena cidade de Baturité, a 100 quilômetros de Fortaleza, reconstituindo a época e revisitando as emoções. Foram dois anos entre filmagem e montagem, e junto a alegria de fazer cinema, de ouvir o toque da claquete e gritar "ação!", as dificuldades inerentes, principalmente de orçamento.
Neste 31 de março, a minha homenagem aos que lutaram contra a ditadura escancarada.
Foram 20 anos de trevas sobre o país até os primeiros raios de luz das Diretas Já. Da "ditadura técnica" do abjeto Collor até a esperança de Lula chegamos a uma democracia. Não é a democracia que queremos, que sonhamos, mas é uma democracia, e mesmo com os defeitos, que precisamos combatê-los, o país é uma república federativa presidencialista.
Vivemos duas décadas de arbitrariedades, de prisões, de torturas, de mortes, de "suicídios", de corpos em valas comuns, sumidos, jogados ao mar. Há mais de quarenta anos que pais não têm seus filhos de volta, que filhos não conhecem seus pais, que brasileiros perderam o passado em cárceres e ainda ecoam em seus ouvidos a ira de seus carrascos. A tortura como instrumento do Estado, e não da lei, foi uma marca registrada do governo militar.
Em 1998 realizei um filme curta-metragem, "O último dia de sol", ambientado nesse período. Com roteiro a partir de lembranças minhas sobre o meu pai e histórias que ouvia, o filme se passa na madrugada de 1º de abril de 1964, quando um militante político foge com a mulher e o filho pequeno numa pequena cidade do interior cearense. Filmei em preto-e-branco, em película 35mm, com atores e técnicos de Brasília, Fortaleza e Rio, na pequena cidade de Baturité, a 100 quilômetros de Fortaleza, reconstituindo a época e revisitando as emoções. Foram dois anos entre filmagem e montagem, e junto a alegria de fazer cinema, de ouvir o toque da claquete e gritar "ação!", as dificuldades inerentes, principalmente de orçamento.
Neste 31 de março, a minha homenagem aos que lutaram contra a ditadura escancarada.
3 comentários:
Caro Nirton, meus parabens pelo filme. Agora, quando nos somos jovens podemos ser radicais. Ja quase no outono, nao. Estou nos USA, fazendo um curso na MAYO CLINIC. Nesta semana estarei lancando um livro de poesias, bilingue(portugues/ingles), sozinho neste intenso frio de Rochester MN, fiquei a pensar. O espirito beligerante ja nao tem espaco nos dialogos plurais. A tortura e abominavel. Tortura nao e ideologia. Tortura e banditismo. A ditadura de Vargas? Lula se vangloria de que e um novo Getulio. Os poroes do Estado Novo. A escravidao? O Brasil tem uma nodoa que ainda nao apagou, pois o preconceito esta presente. Jose de Alencar era a favor da escravidao. Raquel de Queiroz era amicissima de Castelo Branco. Leia o livro sobre o roubo do cofre do Ademar de Barros, e vc vera uma guerra surda e desigual entre os militantes e os militares. Meu cunhado perdeu um primo soldado de apenas 18 anos, recruta em Osasco, morto pelo VAR-PALMARES. A familia Ximenes de Sao Benedito teve um membro morto, massacrado por os revolucionarios, que queriam acabar com a ditadura. O rapaz morto era um simples comerciante e foi barbaramente assasinado na subida da serra Grande. Qual destes sao melhores Stalin, Hitler, Mao, Fidel, Felinto Miller, Delegado Fleury? Nao e a bravata que assume. Veja o que os negros americanos sofreram durante tantos anos. Ja pensou se a vinganca fosse pronuncia neste Pais. Os Venancios, nossos vizinhos muito amaveis e queridos cederam suas terras para o 4th BEC. O Batalhao foi excelente para o progresso de Crateus. Se depois tiveram papel de policia, nao e culpa dos Venancios tao amados por nos da familia Morais. Nesta semana santa a humildade e a compaixao toma o lugar do rancor e da vinganca. Abracos. Jose Maria Bonfim de Morais. MD. FACC.
Belissimo trabalho Nirton, parabens! Documentos como esse são sempre importantes para que todos possam entender sem se resignar de um periodo negro na historia da nossa sociedade. Tanto quanto as dores de um tempo nublado, o q me entristece e perceber q as autoridades não tem interesse algum em mostrar o q realmente aconteceu na ditadura, aquilo que nao foi dito. Quantas familias nao puderam enterrar seus mortos de maneira digna e tiveram apenas q se conformar...parabens querido, documento necessario esse seu curta-metragem!
parabéns pelo trabalho de resgate Nirton!
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