"'O ano passado em Marienbad', aquele filme de Alain Resnais que é o auge do existencialismo 'cool' e da presunção".
A frase é do baixista Keith Richards em sua biografia "Vida", ao lembrar que o diretor do Sidcup Art College, em Londres, onde estudou quando garoto, colocou os alunos como figuras num jardim geométrico para um foto de lembrança, homenageando o filme francês como a mais elevada forma de arte e vanguarda.
Pelo tom da definição do stone à obra de Resnais, não parece que curte o filme, ou admira e como bom provocador gosta de ver as pedras rolando. Eu gosto do filme e também da frase do Keith Richards. "Existencialismo cool" é ótimo!
"Ano passado em Marienbad", causou rebuliço na imprensa e crítica no lançamento no Festival de Cannes, em 1961. E foi motivo de muitas sessões e discussões no que se denominou "cinema de arte" de lá pra cá.
O cinema de vanguarda na década de 60 é um caleidoscópio narrativo, e isso é o grande barato. Em "Marienbad" três personagens centrais, em quatro perspectivas de tempo, conduzem o filme, cada um narrando fatos e situações que aparentemente são distintas, e que se entrelaçam à proporção que se confundem. Não há um enredo linear, claro. Mas a construção, ou desconstrução, experimental de Resnais, provoca no espectador uma montagem emocional ao discutir amor e solidão. Não é fácil assimilar. Nada é convencional. Considero a mais radical obra de Resnais, se compararmos com "Hiroshima, meu amor" (meu preferido), "Providence" e "Meu tio da América". O mais puro sangue da Nouvelle Vague, como apontou certa vez um crítico.
"Ano passado em Marienbad" é um jogo estimulante com o tempo. Ao contrário de filminhos que "provocam adrenalina", o filme de Resnais cutuca os neurônios: para pensar, sim; para filosofar, sim; para atordoar, sim. Cinema. O resto é paisagem nos multiplexes.
A frase é do baixista Keith Richards em sua biografia "Vida", ao lembrar que o diretor do Sidcup Art College, em Londres, onde estudou quando garoto, colocou os alunos como figuras num jardim geométrico para um foto de lembrança, homenageando o filme francês como a mais elevada forma de arte e vanguarda.
Pelo tom da definição do stone à obra de Resnais, não parece que curte o filme, ou admira e como bom provocador gosta de ver as pedras rolando. Eu gosto do filme e também da frase do Keith Richards. "Existencialismo cool" é ótimo!
"Ano passado em Marienbad", causou rebuliço na imprensa e crítica no lançamento no Festival de Cannes, em 1961. E foi motivo de muitas sessões e discussões no que se denominou "cinema de arte" de lá pra cá.
O cinema de vanguarda na década de 60 é um caleidoscópio narrativo, e isso é o grande barato. Em "Marienbad" três personagens centrais, em quatro perspectivas de tempo, conduzem o filme, cada um narrando fatos e situações que aparentemente são distintas, e que se entrelaçam à proporção que se confundem. Não há um enredo linear, claro. Mas a construção, ou desconstrução, experimental de Resnais, provoca no espectador uma montagem emocional ao discutir amor e solidão. Não é fácil assimilar. Nada é convencional. Considero a mais radical obra de Resnais, se compararmos com "Hiroshima, meu amor" (meu preferido), "Providence" e "Meu tio da América". O mais puro sangue da Nouvelle Vague, como apontou certa vez um crítico.
"Ano passado em Marienbad" é um jogo estimulante com o tempo. Ao contrário de filminhos que "provocam adrenalina", o filme de Resnais cutuca os neurônios: para pensar, sim; para filosofar, sim; para atordoar, sim. Cinema. O resto é paisagem nos multiplexes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário