terça-feira, 20 de novembro de 2012

licença poética

foto Farrokh Chothia

Há poemas que leio e que gostaria muito de tê-los escrito. Um deles é este aí embaixo, "Fascínio", de Affonso Romano de Sant'Anna, casadíssimo com a escritora Marina Colasanti.

Casado, continuo a achar as mulheres irresistíveis.
Não deveria, dizem.
Me esforço. Aliás,
já nem me esforço.
Abertamente me ponho a admirá-las.
Não estou traindo ninguém, advirto.
Como pode o amor trair o amor?
Amar o amor num outro amor
é um ritual que, amante, me permito.

Considero Affonso Romano um dos legítimos representantes da literatura brasileira contemporânea. Autêntico no que escreve, é rigoroso na construção dos versos, com um olhar crítico sobre os problemas e perplexidades do nosso cotidiano, e uma lírica admiração sobre o belo.

4 comentários:

Helena Cláudia Santos disse...

Ei, moço, você é poeta, sabe nos olhar com outros olhares, não é?

Zeus disse...

belo poema... ah, mas não é seu, mas voce faria um tão bom

Nirton Venancio disse...

Helena Cláudia...

Nirton Venancio disse...

oi, Zeus, eu tentaria um poema tão belo assim...