Há poemas que leio e que gostaria muito de tê-los escrito. Um deles é este aí embaixo, "Fascínio", de Affonso Romano de Sant'Anna, casadíssimo com a escritora Marina Colasanti.
Casado, continuo a achar as mulheres irresistíveis.
Não deveria, dizem.
Me esforço. Aliás,
já nem me esforço.
Abertamente me ponho a admirá-las.
Não estou traindo ninguém, advirto.
Como pode o amor trair o amor?
Amar o amor num outro amor
é um ritual que, amante, me permito.
Considero Affonso Romano um dos legítimos representantes da literatura brasileira contemporânea. Autêntico no que escreve, é rigoroso na construção dos versos, com um olhar crítico sobre os problemas e perplexidades do nosso cotidiano, e uma lírica admiração sobre o belo.
4 comentários:
Ei, moço, você é poeta, sabe nos olhar com outros olhares, não é?
belo poema... ah, mas não é seu, mas voce faria um tão bom
Helena Cláudia...
oi, Zeus, eu tentaria um poema tão belo assim...
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