Durante a 30ª Conferência Geral da UNESCO, em Paris, novembro de 1999, foram criadas as datas 21 de março como Dia Mundial da Poesia e 20 de outubro como Dia do Poeta. No Brasil, em lei sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em 2015, é celebrado o Dia Nacional da Poesia em 31 de outubro, homenagem ao nascimento de Carlos Drummond de Andrade.
E por lembrar do nosso poeta maior, em Procura da poesia (trechos acima), Drummond questiona o eixo fundamental do poeta sobre a criação. A narrativa em metalinguagem, aparentemente “professoral”, é uma reflexão sobre o fazer-poético, onde o eu lírico não pode se precipitar na pessoalidade, no peremptório conduzido pela ingenuidade dos sentimentos. A matéria-prima é a palavra, e esta, não lapidada, em “estado de dicionário”, corre o risco de um sentido apenas denotativo, frio, sem graça e encanto - efêmero.
Publicado em 1945 em A rosa do povo, é um dos mais belos poemas da língua portuguesa, significativo na obra do autor e do modernismo brasileiro, por sua essência de cartilha poética, e, sobretudo, confessional, ao contrário de imperativo como se possa deduzir.
Um poema precisa de um tempo para moldar um corpo, o espaço necessário para o abstrato recém-chegado nele se estruturar e permanecer vivo.
Imagino a perplexidade de Drummond vendo hoje o que se comete como poesia nas redes sociais.
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