Esta manhã, ao dispor numa de minhas estantes, neste gabinete, uma fileira de velhos livros devolvidos pelo encadernador, lembrei-me de uma frase de Álvaro Moreyra, num de nossos últimos encontros na Academia:
- Pior do que ter saudade é não ter do que ter saudade.
E é verdade. A saudade é também um patrimônio que se acumula na memória para as horas de solidão. Não pesa. Não ocupa espaço. E é de uso privativo. As melhores saudades são aquelas a que está associada a pessoa amada. Pedem silêncio. Silêncio de nós mesmos. E silêncio à nossa volta.
- Josué Montello em Diário da tarde, 1998, segundo volume da trilogia Diário completo. No livro, que abrange o período de 1957 a 1967, o escritor maranhense discorre com uma escrita prazerosa acontecimentos que viveu, além de, entre pensamentos e reflexões, narrar breves peculiaridades de amigos e escritores.
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