Em 1971 o cantor, compositor e ativista político chileno Victor Jara compôs a bela canção pacifista El derecho de vivir en paz, gravada em seu disco homônimo.
Composta em plena Guerra do Vietnã, a letra fala que “Nenhum canhão apagará / o sulco de teu arrozal / o direito de viver em paz”, e se a “Indochina é o lugar / além do mar largo / onde estouram a flor / com genocídio e Napalm”, o poeta com o coração olha para a noite e diz que “A Lua é uma explosão / que funde todo o clamor / o direito de viver em paz”.
Victor Jara tinha 40 anos de idade em 1973 quando as tropas de Pinochet invadiram o Palácio de La Moneda, assassinaram o presidente Salvador Allende e o Chile mergulhou por 17 anos numa das mais cruéis ditaduras da América Latina.
Cinco dias depois o cantor foi preso, torturado, fuzilado e o corpo jogado na rua de uma favela de Santiago.
Hoje 89 anos de nascimento de Victor Jara. Seu hino de paz foi relembrado ano passado por outro pacifista, o cantor e compositor Roger Waters. Dentro de seu estúdio caseiro, em Nova Iorque, em isolamento social pelo que o mundo está passando, o ex-Pink Floyd fez uma versão da canção de Jara, intitulada Ratos, citando na letra algumas almas sebosas que estão no poder, do atual presidente chileno, Sebastian Piñero, ao então Trump, passando pelo pústula genocida que ocupa o Palácio do Planalto, sem esquecer a Guido Fawkes, site da extrema direita inglesa, e o premiê indiano Narendra Modi. “Todos os ratos malditos têm o mesmo cheiro”, diz Waters na canção adaptada aos dias sombrios que vivemos, de vírus e pestes de carne e osso.
Acima, Roger Waters revivendo Victor Jara. Aos 2 minutos e 20 segundos, quando cita o abjeto daqui, dá uma merecida cusparada.
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