sábado, 2 de fevereiro de 2019

no outro lado da montanha

foto ilustrativa Christian Coigny
"Há uma forma de literatura em que o 'eu' não existe.
Onde estamos mergulhados no desconhecido, do outro lado da montanha.
Gostaríamos de poder voltar para casa e dizer 'eu'. Ou mesmo 'nós', porque uma mulher espera lá, por nós.
Vamos chamá-la de Penélope.

A viagem é longa, talvez sem fim, continuamente perigosa.
Cruzamos com todos os tipos de criaturas. Inclusive sereias.

Vocês reconheceram Ulisses e a Odisseia?
Para voltar para casa Ulisses navega de ilha para ilha, em um mundo perigoso e incerto.
O preceito de James Joyce para escrever com sucesso foi: 'silêncio', 'exílio' e 'astúcia'.
- E o amor, onde fica?
- O amor não tinha sido inventado ainda."

Philippe Djian, na novela Incidences, 2010, através do personagem Marc, professor de Literatura.
O irlandês Joyce é um dos escritores de maior relevância do século XX, e sua literatura também se estende no princípio do modernismo poético.
137 anos hoje de seu nascimento, da astúcia de seu silêncio, de seu exílio no outro lado da montanha.

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