Filmes
sobre os anos de chumbo no Brasil me interessam. O tema já rendeu o meu
curta "O último dia sol" e é referência no roteiro de um próximo,
"Estranhas coincidências".
No Festival de Brasília me tocou
muito "Ser tão cinzento", curta exibido no primeiro dia de competição,
que Henrique Dantas fez sobre o cineasta Olney São Paulo e seu belíssimo
"Manhã cinzenta", curta proibido pela ditatura no final da década de 60, na sequência de horrores com a decretação do AI-5.
Olney morreu jovem, aos 41 anos, de câncer no pulmão, mas o laudo
verdadeiro foi consequência do que sofreu na prisão quando foi detido
pelos militares no final de 69 por conta de seu filme, que teve os
negativos e as cópias recolhidas. O cineasta também foi recolhido para
local ignorado. Foi torturado, pegou pneumonia, quando liberado foi
direto para o hospital.
O filme de Henrique Dantas é primoroso em
resgatar e homenagear um brasileiro a quem Glauber Rocha chamava de
"mártir do cinema brasileiro". Como disse a cineasta Tata Amaral, "é
curativo ir ao passado". As novas gerações, principalmente, precisam
saber a história do Brasil que as escolas não lembram.
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