No Brasil, o cinema japonês costuma estar associado à obra de diretores como Mizoguchi, Kurosawa, Ozu e Nagisa Oshima, grandes mestres que inscreveram seus nomes na história do cinema mundial. Mas desde a virada do século, novos realizadores vêm dando uma nova face à cinematografia japonesa, incorporando o cotidiano de uma sociedade que sempre foi e continua sendo um enigma para o Ocidente. E é essa produção, raríssima de se ver em telas brasileiras, que o público poderá conferir na mostra "Japão Pop – O Novo Cinema Japonês", uma realização do Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília e em São Paulo. Durante três semanas em São Paulo, de 28 de Junho a 16 de julho de 2006, e duas em Brasília, de 04 a 16 de julho, serão exibidos 11 títulos, inéditos comercialmente no Brasil, todos realizados a partir do ano 2000, por jovens e promissores nomes do cinema japonês.
A mostra surge como uma oportunidade única, já que, apesar de ter uma grande produção cinematográfica de qualidade, o cinema japonês contemporâneo não encontra canais de distribuição regular no Brasil. Os poucos filmes lançados comercialmente por aqui a cada ano são, em sua maioria, produções de diretores já conhecidos pelos brasileiros, restando pouco espaço para os mais novos expoentes dentro de uma filmografia tão rica e peculiar como a japonesa. Foi essa dificuldade que motivou os curadores da mostra, o designer gráfico Rodrigo Sommer e o cineasta Adriano Vannucchi. "Japão Pop" abre com a exibição do filme "Ping Pong", do diretor Fumihiro Masuri, uma produção de 2002, inspirada em uma das mais fortes expressões da cultura japonesa contemporânea, os mangás.
Todos os filmes da mostra são exemplos recentes e inéditos da produção cinematográfica japonesa, selecionados com a preocupação de representar a qualidade e a diversidade do cinema produzido no Japão. Ao longo da programação, o espectador terá um painel quase documental das transformações vividas por uma sociedade complexa, que tem atravessado períodos de grande impacto, como o boom econômico das décadas de 70 e 80 que gerou uma imensa onda de consumismo, a abertura às influências ocidentais, a crise econômica que revelou as fragilidades da economia japonesa, dentre outros acontecimentos marcantes. Os filmes refletem como as novas gerações absorveram o impacto destas transformações e processaram todas as contradições existentes no país hoje. Estão registradas a busca da individualidade, o enfrentamento das dificuldades e possibilidades, a luta pelas liberdades recém-conquistadas.
A programação está na página www.bb.com.br/cultura
Um comentário:
Ai que inveja !! a mostra não vem pra salvador
li uma matéria sobre o evento na bravo desse mês.
abraços
iris
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