Poema da polonesa Wislawa Szymborska, publicado originalmente em seu quinto livro, Sto pociech, Editora Państwowy Instytut Wydawniczy, 1967. No Brasil a Companhia das Letras lançou em 2011 Wislawa Szymborska [Poemas], onde reune 44 poemas, desse e mais sete livros, selecionados e traduzidos por Regina Przybycien, doutora em literatura comparada pela UFMG, que também assina o excelente prefácio.
Vietnã é um exemplar admirável de construção poética de enunciação, a identificação do eu lírico com personagens femininas, a fala que não se esconde no anonimato transcendental, como bem apontou Teresa Fernandes Swiatkiewicz, professora portuguesa de teoria literária, e também tradutora. A voz individual que fala de um lugar, o lugar do feminino.
Inspirada pelas notícias que chegavam da bestialidade da guerra no sudeste asiático, Szymborska escreve os mais belos e tocantes versos sobre o vínculo básico de amor e proteção, quando um ser sobrevive pelo outro.
Nobel de Literatura em 1996, a poeta nunca se colocou no papel de celebridade literária. Imensa em sua simplicidade, não gostava de dar entrevistas, dizia que "Minha vida está nos meus versos.". De Cracóvia ao Vietnã.
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