foto Edward Kaprov, 2015
Em 2007, o escritor, ativista e pacifista israelense Amós Oz escreveu a autobiografia Um conto de amor e trevas, onde 120 anos de memória de sua família, com suas dores, vitórias e paradoxos, alinham-se à turbulenta história de seu país.
Amós Oz, homenageado na FLIP em 2007, foi um dos responsáveis pelo movimento Paz Agora, em que advogava pela solução de dois estados Israelense-Palestino. Faleceu em 28 de dezembro de 2018, aos 79 anos. Enfrentava outra luta, contra um câncer.
Mesmo acusado de “traidor” por Israel, Oz mantinha-se contra invadir territórios e bombardear civis em nome do que o país chama de “seu Deus”. Humanista, dizia que sua qualificação para discutir política era ter ouvido para palavras, e que “eu ergo minha voz e grito sempre para combater uma linguagem corrompida.”
Seus livros são apaixonantes, admiráveis, como A caixa preta, 1987, Pantera no porão, 1999, o último, de 2014, Judas, onde através do amor entre um jovem estudante e uma bela e misteriosa garota, questiona as guerras e a fundação de Israel.
A citada autobiografia possivelmente tenha a densidade mais definida e reflexiva de toda sua obra. A atriz Natalie Portman estreou na direção, em 2015, com o tocante De amor e trevas, baseado no livro. A diretora surpreende com a literalidade narrativa do compromisso de Amós Oz com as palavras, com a história.
Livro e filme traduzem bem o sobrenome que o escritor adotou (ao deixar o de batismo, Klausner): força e coragem, o significado de Oz em hebraico.
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