Augusto Pontes, pensador, jornalista, professor, publicitário, poeta, frasista, provocador, boêmio... Guru de toda uma geração da cultura cearense que se fez nos anos 60, 70, 80, de sempre, faria hoje 87 anos.
É dele o verso “Vida, vento, vela, leva-me daqui”, uma beleza de aliteração inserida na letra de Mucuripe, de Belchior, musicada por Fagner, assim como “Eu sou apenas um rapaz latino-americano sem parentes importantes” foi inspirada em “Eu sou apenas um rapaz latino-americano sem parentes militares”, que Augusto disse em seu discurso de posse como professor de Comunicação da UnB, no começo da década de 70. Na plateia, o conterrâneo Belchior.
O que se denominou na música cearense como Pessoal do Ceará, deve-se muito a ele. Não somente como pensamento e incentivo, também como autor de muitas letras de canções, como Lupiscinica, musicada por Petrucio Maia, Carneiro, por Ednardo, com quem criou o Massafeira Livre, evento de quatro históricos dias, noites e madrugadas no Theatro José de Alencar, em Fortaleza, que revelou dezenas de cantores, compositores, poetas, fotógrafos, artistas plásticos, uma infinidade de talentos da cena artística cearense de 1979.
Em maio de 2010, um ano após a sua morte, a ótima revista Aldeota, criada pelo publicitário Fernando Costa, dedicou sua 13ª edição a ele. Artigos assinados pela ensaísta e historiadora Isabel Lustosa, os jornalistas Augusto Cesar Costa, Alexandre Barbalho, Paulo Linhares, o arquiteto, urbanista e letrista Fausto Nilo, pontuam referências e reverenciam a genialidade de Augusto Pontes.
Essa mesma turma e muitos outros escreveram para o livro organizado pelo arquiteto e compositor Ricardo Bezerra, Augusto Pontes, o amigo genial, lançado em maio deste ano. Em formato de edição independente, é uma espécie de biografia afetiva através de textos dos que conviveram com ele.
Na reprodução acima, a foto de capa é de Gentil Barreira, durante a gravação do disco Massafeira.