Em 1997, quando eu estava rodando o curta O último dia de sol, em Baturité, interior do Ceará, o rapaz que fazia o making of, estreando e entusiasmado na função de registrar os bastidores de uma filmagem, não deixava escapar nada.
Acho que ele quis traduzir, literalmente, a definição do mestre Humberto Mauro: "cinema é cachoeira".
Mauro, pastor de nosso cinema campesino, santo de todas as cachoeiras, faleceu na manhã de 5 de novembro de 1983. Afastado do cinema desde 1974, morava em seu sítio Rancho Alegre, na cidade natal Volta Grande, a 90 quilômetros de Cataguases, Minas Gerais, onde fundou a produtora Phebo Sul América, em 1925, dando início aos mais seminais filmes da cinematografia brasileira.
O cineasta tinha 86 anos. Abatido por uma forte pneumonia, estava praticamente cego quando faleceu. Mas ouvindo as cachoeiras.
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