No dia 17 de fevereiro de 1973, Alfredo da Rocha Viana Filho, o nosso Pixinguinha, veste o seu melhor e mais engomado terno de linho branco, e de sua casa, em Ramos, zona norte do Rio de Janeiro, segue para o batizado do filho de um grande amigo, na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema.
Era pleno sábado de carnaval. Estivera adoentado naqueles últimos dias, mas o mestre atravessa a cidade entre alguns foliões, sereno e contente com o seu compromisso.
Já se aproximando o final da cerimônia, logo após a criança receber a água benta, Pixinguinha afrouxa a gravata, passa o lenço na testa... começa a passar mal. Em segundos cai, fulminado por um infarto.
A notícia se espalha rápido pelas ruas do bairro. Naquele momento, cai um temporal na capital carioca. Mesmo assim, componentes da Banda Ipanema, que estavam próximos da igreja, continuam o desfile e tocam Carinhoso entre lágrimas, chuva e confetes, em um enredo improvisado de reverência.
O coração de todos batendo triste, os olhos chorando e seguindo o mestre pelas ruas de um outro carnaval.
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