A imagem da queima de livros significa a supressão de ideias, e de como a televisão, à época ainda uma curiosa novidade, destruía o interesse pela leitura.
- Ray Bradbury
Fahrenheit 451, do norte-americano Ray Bradbury, foi publicado em 1953. O romance mostra uma América hedonista e anti-intelectual que perdeu totalmente o controle, e todos os livros são queimados e o pensamento crítico suprimido.
Bradbury escreveu o romance no porão de uma biblioteca, em uma máquina alugada. Era o começo da Guerra Fria, e isso lhe inspirou para criticar uma sociedade disfuncional e assustadora em seus conceitos.
O livro foi lançado quatro anos depois de 1984, do inglês nascido na Índia George Orwell, igualmente sobre uma sociedade oprimida por um regime autoritário. Mais do que um futurista, Orwell foi um vaticinador. O mundo em que vivemos é exatamente o que está no romance, ou pior, por ser dissimulado. A antítese da utopia, onde a tecnologia é utilizada como ferramenta de controle, usada pelo Estado, instituições e corporações.
As duas obras são sempre lembradas pelo tema angustiante, premonitório. Bradbury e Orwell escreveram ainda sob os escombros e traumas da Segunda Guerra, com o cenário político-econômico arrasado, desesperançado.
Abaixo, Oskar Werner no papel do bombeiro reverso que toca fogo, no filme homônimo baseado no livro de Bradbury, dirigido por François Truffaut em 1966, e 1984, de Michael Radford, lançado no ano do título, com John Hurt interpretando um humilde funcionário que comete o atrevimento de se apaixonar por uma moça, numa sociedade onde as emoções são consideradas ilegais.
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