foto Alberto Jonquiéres, 1967
No ótimo conto O perseguidor, de Julio Cortázar, publicado em 1958, na coletânea As armas secretas, o personagem Johnny é um dos maiores saxofonistas do mundo, criando um estilo de jazz que não se consegue definir com clareza, tocando o coração de todos com sua música. O outro lado do homem é um Johnny extremamente perturbado, viciado em drogas, perde seu saxofone no metrô de Paris, e se desespera por não ter como comprar outro para o show que fora contratado na capital.
O conto foi diretamente inspirado no músico americano Charles Parker. Cortázar, que hoje faria 103 anos, era fã de jazz e apaixonado pela música de Bird, assim apelidado o saxofonista, título do filme biográfico dirigido por Clint Eastwood em 1988, com a atuação perfeita de Forest Whitaker.
O escritor argentino surpreendia quando improvisava com o trompete. Não à toa a narrativa da prosa de Cortázar tem elementos rítmicos de música. Ele aspirava na literatura a liberdade criativa do jazz.
foto Alberto Jonquiéres, 1967
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