O grande Amâncio Fregolente disse uma vez em entrevista que se morresse no palco, durante uma peça, quem morreria seria o personagem e não ele, tamanha era sua entrega numa atuação. De formação teatral rodrigueana, largou a medicina aos 33 anos para se dedicar a mais de cem papeis no cinema e no tablado.
Hoje, Dia do Ator, a minha mais profunda admiração a todos que vivem outros seres humanos em seu trabalho. Extrair de si outra vida numa interpretação tem o mesmo significado de um parto, de dar à luz, de insistir na esperança, de reverberar a pulsação.
Em 1979 Fregolente participava da comédia musical Amante latino, de Pedro Carlos Rovai, contracenando com Anselmo Vasconcelos, Monique Lafond, Sidney Magal, Elke Maravilha... Sentiu-se mal nas filmagens e faleceu de infarto, aos 66 anos, justamente o dobro da idade de quando começou. Ou seja, faleceu seu personagem, justamente o duplo de si.
Nenhum comentário:
Postar um comentário