O escritor inglês George Orwell, nascido na Índia, faleceu com
apenas 46 anos, de tuberculose, em 21 de janeiro de 1950. Foi poupado de assistir pelo
telão a vulgarização que fizeram com o personagem mais significativo da
sua literatura, Big Brother, o Grande Irmão, ser fictício do clássico e
distópico romance “1984”, que retrata o cotidiano de um regime
político totalitário e repressivo.
Publicado em 1949, a certa altura, lê-se que “Big Brother is watching yo”,
algo como "o Grande Irmão está te observando", o que conota a
vigilância invasiva frequente de uma sociedade oligárquica coletivista. O
livro é assustador. Lembro-me que, adolescente, li numa tacada só, e
por vezes fechava, respirava um pouco na janela, e voltava às páginas.
Orwell mais do que um futurista, foi um vaticinador. O mundo em que
vivemos é exatamente o que está no romance, ou pior, por ser dissimulado, a antítese da utopia,
onde a tecnologia é usada como ferramenta de controle, usada pelo
Estado, instituições e corporações.
Um programa de televisão de extrema imbecilidade como BBB, é a metalinguagem caricatural desse poder midiático, que transforma espectadores em néscios operantes para o nada, dopados e incapazes da reflexão e discernimento para tudo. Orwell não imaginaria que sua teoria de um futuro avassalador chegasse a tanto.
Um programa de televisão de extrema imbecilidade como BBB, é a metalinguagem caricatural desse poder midiático, que transforma espectadores em néscios operantes para o nada, dopados e incapazes da reflexão e discernimento para tudo. Orwell não imaginaria que sua teoria de um futuro avassalador chegasse a tanto.
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