Na Folha de São Paulo de terça-feira passada, dia 12, o jornalista Janio de Freitas acusa, com acurada sensibilidade, o cinismo com que o mundo assiste à hipocrisia das críticas de Bush à ferocidade bélica entre Rússia, Geórgia e Ossétia do Sul. Como se ele, o little Bush, não fosse o invasor e destruidor do Iraque, ainda ocupante do Afeganistão e ameaçador do Irã.
Para o jornalista, “a pusilanimidade dos governantes pelo mundo afora está respaldada e é disseminada pelas insuficiências e pelos comprometimentos do jornalismo, cujos recursos inovadores... pouco ou nada se acompanham de nova essência”.
Janio esclarece que primeiro a Geórgia, armada e treinada com “ajuda” dos EUA, atacou e ocupou o enclave autônomo da Ossétia do Sul, onde três quartos da população é russa. Ele questiona os meios de comunicação internacionais que não suspeitaram nem perceberam a ação dos EUA, nem pressentiram a sua conseqüência.
Tendo Washington como exemplo de desrespeito aos contratos multilaterais, a Rússia optou por desprezar negociações e diplomacia estratégica. E repôs em prática a ferocidade herdada do czarismo. Por que a surpresa, agora, para o grande jornalismo?
O colunista da Folha lembra que as previsíveis vítimas civis, mulheres, crianças e idosos (foto) são objetos do sacrifício injustificável e impiedoso. Eles mereceriam ao menos que o jornalismo se pusesse acima da pusilanimidade dos governantes. E não reproduzir e disseminar cinismo com o silêncio de tudo o que sabe.
fonte Boletim HS Liberal
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