sábado, 30 de agosto de 2008
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
uma nova bossa
Os caras do BossaCucaNova fazem uma mistura criativa da música eletrônica com clássicos da Bossa Nova e outros gêneros da boa música brasileira. Estão lá harmoniosamente remixados Tom Jobim, Caymmi, Caetano, Marcos Valle, Chico Buarque, e muito mais. Uma batida diferente, como diz o título do primeiro dos três discos do grupo. Os cucanovas são Marcelino Da Lua, Alex Moreira e Márcio Menescal, filho de Roberto Menescal, todos criados ali pelo Posto 6, na zona sul carioca. Estava na hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
como dois e dois são cinco
foto Fábio Motta/AE
Eu queria ter ido a esse show: Caetano Veloso e Roberto Carlos juntos, homenageando Tom Jobim e os 50 anos da Bossa Nova, em encontro histórico no Teatro Municipal no Rio de Janeiro, sexta-feira passada, 23.
Mas ando muitíssimo decepcionado com o Rei, que despencou ladeira abaixo no meu conceito e admiração depois da burrada que fez, proibindo o livro de Paulo César de Araújo, "Roberto Carlos em detalhes", a mais completa - se não for a definitiva - biografia sobre o maior ídolo da música brasileira.
Impressionante como a mídia esqueceu completamente o assunto. Não se fala mais nisso. No ano passado muito se falou sobre esse livro que se transformou em um dos mais polêmicos da história do Brasil. Alguns artistas e colunistas comentaram a obra, como o próprio Caetano, o então ministro Gilberto Gil, a Xuxa-da-literatura e agora biografado Paulo Coelho, Zuenir Ventura, Carlos Heitor Cony, Elio Gaspari e Nelson Motta, todos defendendo o livro, indignados com a proibição imposta pelo biografado, o que dá a dimensão do absurdo do caso. Até mesmo o jurista Saulo Ramos, que foi advogado do Rei, definiu o trabalho de Paulo César, como uma "biografia perfeita".
O livro é uma obra-prima. Sou um leitor compulsivo de biografias. E de todas que li essa foi a mais completa, comovente e de incontestável qualidade literária. Apesar de ser uma biografia não autorizada, não há uma linha sequer que vulgarize fatos, calunie ou atinja a honra do personagem. Foram 15 anos de pesquisa, trabalho e paixão. Divididos em essenciais capítulos, o livro faz entender toda a complexidade do homem simples que se tornou o maior ídolo do país. E exatamente pelo valor da abordagem, "Roberto Carlos em detalhes" é um livro que passa pela história da música brasileira: o rádio, a bossa-nova, o rock, a televisão, e todos os nomes importantes que se entrelaçam nesses gêneros e ciclos.
Mas o Rei emburrou, literalmente. Embruteceu, empacou, amuou-se. Decaiu, retrocedeu, recrudesceu. Equivocado e mal assessorado, moveu ação judicial contra o escritor. Ganhou a causa, e em abril de 2007 a justiça mandou tirar o livro de circulação. Foi estampada nos jornais uma foto de um caminhão recolhendo as caixas com os exemplares que estavam no estoque na Editora Planeta. A cena é repulsiva. O caminhão seguiu para um depósito na cidade de Santo André, São Paulo. Dizem que o Rei mandou queimar os 11 mil exemplares. Porque ele é uma brasa, mora! Ou numa solução mais "leve", reciclados em toneladas de papel. Uma coisa ou outra, procuro agora um adjetivo maior que "repulsivo", que escrevi acima. É uma contradição para quem ao longo da carreira cantou o amor, a paz e a tolerância. Apesar de toda a repercussão negativa do episódio, o livro foi um best-seller no curto período nas livrarias, e virou raridade.
Graças à internet, está disponível em download em alguns blogues indignados. Isso o Rei não conseguiu impedir com sua atitude inquisitória.
Paulo César de Araújo disse que apesar do ocorrido não nutre ressentimentos pelo cantor, e crê que a questão passa pela legislação brasileira. Tudo bem, é muito nobre de sua parte, caro Paulo César, mas desde a sentença que não consigo escutar Roberto Carlos como antes. Fico com o livro. Mas queria ter ido ao show. Caetano bem que poderia ter aproveitado a proximidade nos ensaios e conversado sobre a importância do livro, já que ele se manifestou em elogios à epoca. Mas nem o amigo-de-fé-irmão-camarada Erasmo Carlos ousa tocar no assunto.
Fiz uma busca na internet atrás de uma foto para esta postagem, e me decidi por essa aí do ensaio. No show, aquele terno azul do Roberto é horroroso. Já basta ter que agüentar esse corte de cabelo dele em qualquer foto. Não dá.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
a cor do dinheiro

As cantoras Maroca, Poroca e Indaiá, conhecidas como Ceguinhas de Campina Grande, não estão colhendo os frutos do sucesso de crítica do documentário "A pessoa é para o que nasce", que trata da vida e da obra das três irmãs. Elas se queixam de abandono, afirmando que o diretor do filme, Roberto Berliner, deixou de fazer os repasses financeiros para o trio.
Segundo uma das irmãs, em reportagem no jornal paraibano Diário da Borborena, após as filmagens, Berliner enviava mensalmente a quantia de R$ 1 mil. Depois de um ano teria caído para R$ 120,00. E hoje, não recebem mais nada. Do outro lado, o cineasta justifica a interrupção da ajuda por conta do fracasso do filme nas bilheterias, apesar da boa repercussão e prêmios em vários festivais.
O documentário, de 2004, surgiu após o diretor Roberto Berliner conhecer as três irmãs durante as filmagens de uma série de televisão em Campina Grande, o "Som das ruas", lembram-se? Veiculado pela TV Cultura, a série buscava músicos anônimos pelo interior do Brasil.
O longa "A pessoa é para o que nasce", de 84 minutos, exibe a rotina das mulheres e revela as curiosas estratégias de sobrevivência, das quais participam parentes e vizinhos. Mergulha na história delas, flagrando uma trama complexa de amor e morte, miséria e arte. E pelo que se vê - e elas também, sem trocadilhos - tudo continua como antes, como se cumprisse fielmente um destino que diz o título do filme.
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
o silêncio do cinismo
Na Folha de São Paulo de terça-feira passada, dia 12, o jornalista Janio de Freitas acusa, com acurada sensibilidade, o cinismo com que o mundo assiste à hipocrisia das críticas de Bush à ferocidade bélica entre Rússia, Geórgia e Ossétia do Sul. Como se ele, o little Bush, não fosse o invasor e destruidor do Iraque, ainda ocupante do Afeganistão e ameaçador do Irã.
Para o jornalista, “a pusilanimidade dos governantes pelo mundo afora está respaldada e é disseminada pelas insuficiências e pelos comprometimentos do jornalismo, cujos recursos inovadores... pouco ou nada se acompanham de nova essência”.
Janio esclarece que primeiro a Geórgia, armada e treinada com “ajuda” dos EUA, atacou e ocupou o enclave autônomo da Ossétia do Sul, onde três quartos da população é russa. Ele questiona os meios de comunicação internacionais que não suspeitaram nem perceberam a ação dos EUA, nem pressentiram a sua conseqüência.
Tendo Washington como exemplo de desrespeito aos contratos multilaterais, a Rússia optou por desprezar negociações e diplomacia estratégica. E repôs em prática a ferocidade herdada do czarismo. Por que a surpresa, agora, para o grande jornalismo?
O colunista da Folha lembra que as previsíveis vítimas civis, mulheres, crianças e idosos (foto) são objetos do sacrifício injustificável e impiedoso. Eles mereceriam ao menos que o jornalismo se pusesse acima da pusilanimidade dos governantes. E não reproduzir e disseminar cinismo com o silêncio de tudo o que sabe.
fonte Boletim HS Liberal
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
cartas do passado

O belíssimo documentário "Cartas a uma ditadura", da diretora e atriz lusitana Inês de Medeiros (foto), foi um dos destaques na 31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, ano passado, e até agora não se tem notícias de lançamento no circuito comercial.
O filme traz à luz um pedaço sombrio da história de Portugal. Ao destampar o baú onde estavam guardadas cartas de apoio à ditadura, escritas em 1958, a cineasta revela o misterioso Movimento das Mulheres Portuguesas e desvenda parte do pensamento que sustentou Salazar no poder por 40 anos.
Em entrevista à época da exibição do filme na Mostra, Inês definiu o longo governo salazarista como a "ditadura da ignorância e da miséria". Como são todas as ditaduras. Mas no caso a definição da cineasta se explica mais pela paranóia do ditador de ter raiva de tudo que significasse progresso. O tirano Antonio de Oliveira Salazar (1889-1970) dizia: “acusam-me de não ensinar os portugueses a ler. Mas querem que eles leiam o que?” Não por acaso as pessoas estudavam até a quarta classe. Receber apoio através de cartas era mesmo uma contradição.
O filme, de 60 minutos, uma co-produção Portugal, França e Bégica, ganhou o Troféu Bandeira Paulista de melhor média-metragem. No DocLisboa de 2007 recebeu o conceituado Prêmio Atalanta para Melhor Documentário Português.
sábado, 9 de agosto de 2008
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