segunda-feira, 12 de junho de 2006

ponto de vista

foto José Leomar/DN

"O filme local corre o risco de desaparecer. Para que isso não aconteça é preciso ter política de financiamento, estratégias de divulgação e garantias de exibição. Muitos filmes são produzidos, mas não têm lugar para a exibição. O mercado brasileiro se elitizou. Agora, só existe o cinema de shopping, que cobra 15 reais a entrada. Isso é privilégio das pessoas de classe média e alta, o que é ruim. As camadas mais populares eram aliadas históricas do cinema, quando pegar um filme era um programa barato, com os cinemas de bairro"


"Atualmente, mais de 80% das salas de cinema do país são ocupadas por filmes americanos. Pouco conhecemos do que é feito nos países vizinhos. Neste sentido, acho importante a transformação do Cine Ceará em Festival Ibero-Americano, para que a gente conheça as produções que, normalmente, não temos acesso. Os festivais abrem pouco espaço para as produções latino-americanas. Depois do Cine Sul, no Rio, o Cine Ceará passa a ser o segundo a fazer isso".


"Os festivais acabam cumprindo a função de divulgar os filmes, que se repetem muito. Nós temos 50 produções nacionais por ano, então não tem filme inédito para todos. Isso gera uma característica técnica interessante: como a distribuição brasileira é ruim, os festivais assumem a função de divulgar e, neste sentido, prestam um grande serviço ao cinema nacional".



O olhar aguçado do crítico de cinema Luiz Zanin Orichio, que esteve presente no 16° Cine Ceará, em entrevista ao jornal Diário do Nordeste de hoje:

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