Jack Kerouac escreveu On the road (1957) em ritmo ininterrupto de três semanas, numa pequena máquina com folhas de papel manteiga emendadas para não perder tempo em trocá-las, movido a benzedrina, xícaras de café e ouvindo jazz.
A entrega de emoção é tanta, num contrafluxo de transgressão e lirismo, que em cada página podemos ouvir as sonoridades das ruas e ver as planícies das estradas por onde Kerouac passou.
O livro atravessa os Estados Unidos, a partir da lendária Rota 66, e nos atravessa por completo a partir de uma prosa de reflexão pelo lado sombrio do sonho americano. “A sua América inteira... como uma densa colmeia balzaquiana em um grão de joia”, como ele aferiu em Doctor Sax (romance escrito em 1952, publicado em 1959).
On the road é uma obra-prima que influenciou todos os movimentos de vanguarda e o comportamento da juventude da metade do século XX.
Abaixo, a mochila que o escritor usou nas viagens e guardava as anotações que serviram de base para o livro, vista na exposição Sur La Route de Jack Kerouac : L'épopée, de L'écrit à L'écran, no Museu de Letras e Manuscritos de Paris, em 2011.
Hoje, 103 anos de nascimento do mochileiro que não voltou aos 47.