quinta-feira, 14 de setembro de 2023

aquele filme do Godard

Foto: Raoul Coutard

“A realidade é muito complexa para ser transmitida pela tradição oral”. Esta é a frase que abre o filme Alphaville, de Jean-Luc Godard.
Numa cidade futurista, um computador aboliu os sentimentos de todos os habitantes. Um agente chega ao local para convencer o inventor a destruir a máquina.
Com esse enredo, Godard, que faleceu em 13 de setembro de 2022, aos 91 anos, com sua perspicácia e genialidade, realizou em 1965 um filme que poderia ser feito nestes esperançosos e ao mesmo tempo distópicos e algorítmicos anos 2000. Há dias em que temos menos manhãs, em que somos engolidos pelo que inventamos.
Alphaville é como uma projeção visionária, uma premonição a 24 quadros por segundo. Como a realidade é muito complexa, o cinema inventa a memória do futuro.
Acima, Anna Karina e Godard num intervalo das filmagens. Um olhar vê o cinema em movimento. 

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