"Nesses anos todos, Belchior fez de lar suas paragens transitórias, sem reclamar, tentando sempre se adaptar ao ambiente em que se encontrava, com simpatia e simplicidade, preservando sua identidade filosófica, parecendo aplicar para si, na vida do presente, o que sempre escreveu. Era a vivência mais do que um sentimento, era a sua verdade, como se ele mesmo fosse seu próprio experimento, fazendo da vida seu laboratório existencial, confirmando de certa forma suas convicções, embora não fosse mais um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, como havia escrito há mais de quarenta anos, seu comportamento era seu receituário para a vida futura, que já estava vivendo, todos aqueles anos, até seu último momento."
- Trecho do livro Belchior - A história que a biografia não vai contar, de Jorge Cabral, 2017.
Advogado, fã do cantor, Cabral o acolheu durante três meses, de maio a julho de 2013, em seu sítio, em Guaíba, cidade a 60 km de Porto Alegre.
O livro relata, com precisão, espanto e sentimento, fatos que o autor e sua família conviveram com o rapaz latino-americano em seu exílio voluntário.
Hoje, dois anos e quatro meses que ele está encantado com uma nova invenção.
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