Por causa da censura, o disco que lançou o Secos & Molhados, em 1973, em plena ditadura do general Médici, tem apenas trinta minutos e meio. Foram vetadas canções que falavam de fome, militarismo...
Meia hora de lado A e lado B suficiente para se eternizar por quase cinco décadas e mais tempo pela frente.
Este mês o disco completa 45 anos de seu lançamento. A censura política e moral daqueles tempos não impediu o sucesso do grupo. Secos & Molhados rompeu tratados, traiu os ritos. A voz afinadíssima de Ney Matogrosso, o rosto pintado em preto-e-branco e seus requebrados com o dorso esguio e nu, tiveram empatia imediata, cativaram a alma do público.
O álbum vendeu 800 mil cópias somente nos dois primeiros anos. Ficou na história o êxtase de 25 mil pessoas no show que eles fizeram no Maracanãzinho em 1974, e mais uma multidão do lado de fora, que não conseguiu entrar, entoando “vira, vira, vira homem, vira, vira, vira, vira lobisomem”.
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