sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
colhendo os morangos
O
ator Victor Sjöström, na pele de um culto e respeitado professor de
medicina. A caminho de receber um prêmio pelos seus 50 anos de trabalho,
vê-se aproximando da morte. No percurso, em sua simplicidade, reflete
sobre sua vida, seus erros...
A fala no ótimo filme de Ingmar Bergman, "Morangos Silvestres" (Smulltronstället), 1958, remete à máxima do antigo sábio grego Sócrates, "tudo que sei é que nada sei", que por sua vez recorreu à inscrição no Oráculo de Delfos, "ó, homem, conhece-te a ti mesmo, e conhecerás os deuses e o universo", atribuída aos Sete Sábios, 650 anos a.C.
Ou seja, "é você olhar no espelho / se sentir um grandessíssimo idiota / saber que é humano, ridículo, limitado / que só usa dez por cento de sua cabeça, animal...", como tocava Raul.
O conhecimento não é monolítico, nem finito.
A fala no ótimo filme de Ingmar Bergman, "Morangos Silvestres" (Smulltronstället), 1958, remete à máxima do antigo sábio grego Sócrates, "tudo que sei é que nada sei", que por sua vez recorreu à inscrição no Oráculo de Delfos, "ó, homem, conhece-te a ti mesmo, e conhecerás os deuses e o universo", atribuída aos Sete Sábios, 650 anos a.C.
Ou seja, "é você olhar no espelho / se sentir um grandessíssimo idiota / saber que é humano, ridículo, limitado / que só usa dez por cento de sua cabeça, animal...", como tocava Raul.
O conhecimento não é monolítico, nem finito.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
um girassol da cor dos seus cabelos
No dia 23 de dezembro de 1888, em um momento de forte depressão, o
pintor holandês Vincent Van Gogh cortou uma navalha um pedaço da própria orelha
esquerda. Embrulhou em um lenço e levou para uma amiga, a prostituta
Rachel, que desmaiou ao receber o mórbido presente natalino. "Guarde com
cuidado", dizia um bilhete anexo.
Essa é a versão que conhecemos
sobre o fato ao longo desses dois séculos, desde as Enciclopédias
Barsa, Delta-Larousse... até a Wikipédia.
Em 2009, os historiadores suíços Hans Kaufmann e Rita Widegans
publicaram o livro A orelha de Van Gogh, Paul Gaugin e o pacto de
silêncio (Van Goghs Ohr, Paul Gauguin und der Packt des Schweigens),
resultado de dez anos de pesquisa, e conta outra história para a atitude
radical do pintor.
No
bombástico livro, os autores apontam situações que em parte sabemos, a
relação dificil de Van Gogh com o pintor francês Paul Gauguin. Morando
juntos por um tempo, os dois discutiam muito sobre conceitos e formas de
criação artística, e suas teorias eram sempre incompatíveis. Van Gogh,
de temperamento instável, não se conformava com o plano do amigo sair do
atelier nos arredores de Paris e voltar para a capital. Queria mantê-lo
sempre por perto. Gauguin era um exímio esgrimista, e numa violenta
discussão o fere acidentalmente. Diante da tragédia, sem quererem
repercussão, os dois fizeram pacto de silêncio. Apaixonado pelo amigo,
Van Gogh manteve a história de autoflagelo. Foi internado por um ano num
hospício, e ao sair, no tempo que não se imaginavam as selfies,
postou-se diante do espelho e pintou para a posteridade, e eternidade, o
autorretrato reproduzido acima. O quadro encontra-se exposto no
Instituto de Arte Courtauld, em Londres.
Van Gogh foi ao extremo: suicidou-se dois anos depois do acontecido.
O livro de Kaufman e Widegans, em uma investigação preciosa, baseia-se em inúmeras cartas de amigos e dos próprios pintores, relatórios policiais, escritos de testemunhas, notas de jornais. A leitura joga novas luzes sobre os girassóis e nos deixa com a pulga atrás da orelha - sem trocadilhos.
Van Gogh foi ao extremo: suicidou-se dois anos depois do acontecido.
O livro de Kaufman e Widegans, em uma investigação preciosa, baseia-se em inúmeras cartas de amigos e dos próprios pintores, relatórios policiais, escritos de testemunhas, notas de jornais. A leitura joga novas luzes sobre os girassóis e nos deixa com a pulga atrás da orelha - sem trocadilhos.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
Joe Cocker
Os sete minutos de Joe Cocker no filme "Woodstock", de Michael
Wadleigh, cantando "With a little help from my friends", foi o momento
que mais me marcou quando assisti ao documentário sobre os três
emblemáticos dias de paz, música e amor.
O vozeirão do cantor
britânico, com essa mesma canção dos seus conterrâneos Beatles, do álbum
"Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", 1967, marcou-me igualmente
pela abertura da série americana "Anos Incríveis" (The Wonder Years),
que a TV Cultura exibia nos anos 90.
Cocker é também o roqueiro predileto do meu irmão Vagner.
Sempre associei um ao outro, sei lá porque, ou porque sim. E não à toa,
foi o mano que me deu a notícia que nosso Joe partiu hoje pra outras
dimensões incríveis.
As coisas podem até caminharem em linha reta, passado não tem curva, como diz Renato Godá, mas histórias se tocam em alguns pontos, nas dobras, nas esquinas. Lugares, canções, aromas, conectam os afetos.
Joe Cocker, com sua voz gutural, sua performance energética, e seu tipo de anti-herói viking, era doce na mesma proporção.
As coisas podem até caminharem em linha reta, passado não tem curva, como diz Renato Godá, mas histórias se tocam em alguns pontos, nas dobras, nas esquinas. Lugares, canções, aromas, conectam os afetos.
Joe Cocker, com sua voz gutural, sua performance energética, e seu tipo de anti-herói viking, era doce na mesma proporção.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
Maïwenn
A atriz e cineasta francesa Maïwenn.
Dirigiu o ótimo "Polissia" (Polisse), em 2011.
Entre os filmes mais
conhecidos, atuou em "O Quinto Elemento", do ex-marido Luc Besson, e seu
mais recente trabalho é ótimo "O amor é um crime perfeito" (L'Amour est
un crime parfait), 2013, dirigido pelos irmãos Jean-Marie Larrieu e
Arnaud Larrieu.
Keith, 71
A figura emblemática do estilo musical surgido nos EUA no final dos anos 40, de uma lista bastante seletiva, é o guitarrista Keith Richards, pela musicalidade, comportamento e todos os etc e tais...
Keith é a alma do Rollings Stones. Keith é alma do próprio rock and roll.
Hoje ele completa 71 anos de pedras rolando.
Assinar:
Postagens (Atom)