Ao final da apresentação do monólogo "Diário de um louco", o ator Adeilton Lima,
dedica sua estreia, ontem, na programação do Festival Cena Contemporânea Brasília, a Antonin Artaud, Glauber Rocha, Rubens Correia
e ao público presente na sala do Teatro Goldoni.
Nesse gesto, as reverências de Adeilton vão além do que se possa imaginar: a saudação é ao Teatro e ao Ator, personificados
na peça, encarnados nele mesmo. Adeilton é mais que discípulo de
Artaud, Glauber, Correia: Adeilton é devoto dos três. E a plateia
simboliza como espelho o Teatro, ali referenciado em cada um de nós que
recebeu na apresentação as benções dessa arte milenar.
"Diário de
um louco", clássico adaptado do conto de Nicolai Gogol, ganha na
interpretação de Adeilton a grandeza que traz a mensagem sobre a
esquizofrenia de um funcionário público e sua vidinha usual, texto
imaginado na fase áurea do realismo da literatura russa, lá por volta do
século 19, e atualíssimo nestes espantosos anos 2000. A metáfora das
perturbações do personagem constrói-se na montagem dirigida por Cesário
Augusto com um fôlego impressionante, uma pulsação irresistível no
tablado aberto ali na cara da plateia. Vê-se o quarto em que Ivanovith
se confina em sua insignificância, vê-se o rei da Espanha em que nos faz
acreditar, vê-se o manicômio em que ele mergulha seu delirio e
mortificação
2 comentários:
Grande ator do Brasil!!!!!!!
Adeilton, está maravilhoso na pele de um funcionário público do sec 19. Seu texto já diz tudo.
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