Assisti ontem à apresentação do pianista, arranjador e compositor francês Michel Legrand, aqui em Brasília. Do alto dos seus 77 anos de idade o músico esbanjou simpatia e o talento de sempre.
Suas composições têm a sofisticação apaixonante do jazz; nomes como Miles Davies, John Coltrane e Bill Evans começaram com ele lá pela década de 50.
Suas composições têm a sofisticação apaixonante do jazz; nomes como Miles Davies, John Coltrane e Bill Evans começaram com ele lá pela década de 50.
Mas foi compondo trilhas sonoras para o cinema que Michel Legrand marcou sua carreira e ganhou três Oscars. Fui impulsionado para o show para ver e ouvir de perto o compositor das músicas de clássicos como "Lola", "Os guardas-chuvas do amor" e "Duas garotas românticas", todos de Jacques Demmy, "Crown, o magnífico", de Norman Jewison, os filmes de Claude Lelouch, como "Um homem, uma mulher" e "Os miseráveis", "Yentl", de Barbra Streisand, e entre outras trilhas, a que mais tenho na memória, "Houve uma vez um verão" (Summer of 42), filme que Robert Mullingan dirigiu em 1971.
Como diz no título original, no verão de 1942, três amigos vão passar as férias com seus pais numa pequena ilha da Nova Inglaterra. Assim como qualquer adolescente na faixa dos 15 anos, os três estão começando a descobrir sua sexualidade, e cada um deles tem uma visão diferente sobre a tão aguardada primeira vez. Numa casa afastada, encontram uma jovem de vinte e poucos anos, recém-casada com um militar que aguarda o momento de partir para o front europeu da 2ª Guerra Mundial. E é por ela que um dos garotos se apaixona. O filme é de uma extrema sensibilidade. A jovem é a bela Jennifer O'Neill, por quem também me apaixonei. Pois é, assisti a esse filme várias vezes na majestosa tela do cine São Luiz em Fortaleza, só pra me encontrar com ela. Eu, adolescente como o personagem, vivi aquela paixão impossível, distante, platônica. O carinha lá tinha a chance de estar perto de Jennifer, era o protagonista, teve a vez dele, eu não. O máximo de proximidade que tive com Jennifer O'Neill foi saber que somos brasileiros: a atriz por acaso nasceu no Rio de Janeiro, quando seus pais, um espanhol e uma inglesa, estavam de férias na cidade maravilhosa.
A música de Michel Legrand em "Summer of 42" acompanha o drama do adolescente, desde a abertura dos letreiros, e se sobressai sem incomodar a narrativa. Não revi mais o filme, e me reencontrei com Jennifer em um ou outro filme sem muita expressão - o filme, ela continua encantadora alguns verões depois.
6 comentários:
ele podia vir ao Rio.....
Ele irá ao Rio, dia 4 de julho!
nirton, michel legrand é um dos maiores compositores de música pra cinema. Não gosto de "guarda-chuvas do amor", mas a trilha é maravilhosa. E esse filme aí com Jennifer O'neill é outra coisa maravilhosa!
Também não sou muito fã de "Guardas-chuvas do amor", mas a música é ótima!
Já eu gosto de "Gaurdas-chuvas do Amor", tem uns momentos chatinhos, mas no todo é interessante. Não me lembrava que a música era o Legrand, lembro, sim, que assisti esse com a Jeffiner O'neill, é bem interessante a romance dela com o garoto. Quer dizer que você se apaixonou por ela, foi?
é, Helena Cláudia, "Guarda-chuvas do amor" tem uns momentos chatinhos.
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