Essa plaquinha da foto está no prédio onde moro e em muitos outros residenciais e de trabalho, espalhados por todo este meu Brasil brasileiro.
À parte a boa intenção e necessidade para a segurança de todos nós, o texto é de um absurdo impressionante. A língua portuguesa despenca elevador abaixo, sem piedade.
Há três erros: dois de gramática e um de lógica.
Apertem o botão e vamos a eles. Subindo:
- Mesmo é desnecessário para substituir o termo referido antes, elevador. O certo é o pronome “ele”. Em linguística é o que se chama de função anafórica, quando uma expressão se refere a uma outra que ocorre na mesma frase.
- O se no verbo “encontrar” está no lugar errado. Como é função subordinativa, funciona como um imã, atraindo o verbo, devendo, portanto, estar antes dele. E mesmo assim, os dois são dispensáveis.
- Se o elevador não estiver no piso, naquele andar onde você está, como entrar nele?! O vocábulo elevador está sobrando, não tem sentido.
Resumo da ópera:
ANTES DE ENTRAR, VERIFIQUE SE O ELEVADOR ESTÁ NESTE ANDAR.
Esta é a frase correta. Comparem com a de cima. As palavras curtas são preferíveis às longas, economizam espaço e dá fluidez à leitura.
A famigerada plaquinha é resultado de uma lei distrital, de Brasília, número 3.112, de 2003. Não tinha um revisor naquele momento que visse a aberração no nascedouro? O pior é que o deputado federal paraense Raimundo dos Santos copiou a idéia e a frase, apresentou o projeto de lei ao Congresso, e, aprovado, tornou advertência obrigatória em todo o país.
E ficou por isso mesmo. Descendo.
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