Estou sem apoio sobre rodas
o sol e a estrada testemunham o vazio
meus perigos, os perigos do mundo.
quis amar a ausência sem sofrer
desejos se localizando macios
pecorrendo caminhos
finalizando em suspiros.
Estou em perigo sobre nuvens
novamente o vazio me mostra o pleno.
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A contemplação crítica da bela poesia de Ieda Estergilda, cearense há muitas saudades residindo em São Paulo, passando antes pelo sítio espacial de Brasília.
Os 30 poemas que compõem o seu quinto livro, Pandemonias (Editora Patuá, 2024), foram escritos naquele tempo recente sob o céu que não nos protegia: o vírus no ar "pecorrendo caminhos".
Os versos sem necessidade de rebuscamentos linguísticos, na grandiosidade da simplicidade e diretos como um abraço, "testemunham o vazio".
Sem sucubir, a poesia ousa "olhar a água", seja na lama; "a claridade", seja no fundo.
A poesia mostra o pleno.
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