sábado, 31 de maio de 2025
quarta-feira, 28 de maio de 2025
sexta-feira, 23 de maio de 2025
Sebastião, o sal da terra
Abaixo, trecho de abertura do filme O sal da terra (Le sel de la terre), de Wim Wenders e Juliano Salgado, 2014.
O documentário de produção franco-ítalo-brasileira faz uma descrição afetiva do fotógrafo Sebastião Salgado pelos tatos das retinas do cineasta alemão e de seu filho Juliano, que conduz a narrativa.
Ele foi além das montanhas. Fez de sua arte um feitio de oração, como na canção de Noel Rosa que cantarola enquanto clica a vastidão do mundo nessa cena.
domingo, 18 de maio de 2025
somos feitos de histórias
Trecho da entrevista com o escritor uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015) no programa Sangue Latino, Canal Brasil, conduzido pelo jornalista Eric Nepomuceno, 1º/6/2010.
sexta-feira, 16 de maio de 2025
quinta-feira, 15 de maio de 2025
quarta-feira, 14 de maio de 2025
terça-feira, 13 de maio de 2025
os tempos e a forma do poeta
A fascinante poesia do piauiense Adriano Lobão Aragão.
Sua escrita sem pontuação corre peito a dentro de quem lê, no mais longo, suave e ondulante fôlego que a boa poética germina a cada página.
Na construção, estrutura e olhar, uma elegante referência e reverência ao antropocentrismo do universo camoniano.
Também fotógrafo no exercício e na essência, os poemas de Adriano desenham imagens e sons nos tatos de nossas retinas.
No poema abaixo, ouvimos o mar e chegamos à praia. Na repetição dos versos sentimos o vai e vem da água molhando os pés. Uma preciosidade de poesia da língua portuguesa.
Os tempos e a forma (Editora dEsEnrEdoS, Teresina, 2017) é uma antologia pessoal que reúne num único volume cinco livros lançados de 1999 a 2017, além de poemas dispersos publicados entre 1997 e 1998.
Parafraseando um de seus belos versos, sua poesia na água escrita inunda o instante.
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o mar a praia
vento e água procuram a praia em sucessivos enlaces
ondulando sua dança entre espuma e sal se esvai a água
dispersa na areia mas guardada em música sua concha
enlaçada em dança se esvai a vaga alagando a praia
e alastrando-se pela areia dispersa espuma e sal
beija sua orla e recua somente para retornar
sua dança novamente à praia novamente ao mar
movendo-se apenas dentro de si estático abalo
reencontrando assim seu início e fim no mesmo lugar
água e vento dispersando o tempo entre espuma e sal
abrindo caminho sem volta teimando em retornar
segunda-feira, 5 de maio de 2025
Pink xote
O músico mineiro André Lanari em seu disco Xote Side Of The Moon recria o icônico álbum de Pink Floyd com surpreendentes versões.
quinta-feira, 1 de maio de 2025
1º de maio
Na abertura do filme 1900 (Novecento), de Bernardo Bertolucci, 1976, o enquadramento em primeiro plano mostra o rosto de um homem de barba, chapéu, com a mão direita no ombro carregando um paletó surrado.
A massa de operários tem um forte sentido de coletividade. Conversam, gesticulam, caminham juntos na mesma direção.
Ao final de 4 minutos do zoom out, a moldura de uma das mais belas e fortes criações da história das artes plásticas: Il Quarto Stato, pintura a óleo sobre tela do pintor italiano Giuseppe Pellizza da Volpedo, que viveu apenas 38 anos.
Bertolucci foi extremamente certeiro e sensível na escolha dessa abertura imagética para contar, em narrativa epopeica, a luta de classes na Itália do século XX pelos olhos de dois amigos de infância em lados opostos, ambientada no início de 1900 até o final da Segunda Guerra, em 1945. É como se o quadro de Giuseppe continuasse e se desenvolvesse ao longo das 5 horas e 16 minutos do filme.
A personificação das posturas ideológicas na história tem sintonia com a vida, pensamento e motivações do pintor neoimpressionista. Ele passou três anos criando a tela, de 1890 a 1892. Sua intenção era apresentar a obra numa exposição em Paris, em 1900, a significativa virada do século. Giuseppe tinha claras ideias socialistas, vivia em permanente contato com os trabalhadores da cidade e do campo na pequena Volpedo, uma comuna ao norte do país.
Inicialmente batizou a obra de O caminho dos trabalhadores, uma espécie de manifesto pictórico da classe operária entrando convicta e destemida no novo século. O quadro não seguiu para Paris como queria, foi exposto pela primeira vez na Mostra Quadrienal de Turim, em 1902, com o novo nome, em alusão aos desdobramentos da Revolução Francesa, que derrubou o poder de dois Estados, a nobreza e o clero, instalando-se a burguesia.
Giuzeppe acreditava no proletariado como o Quarto Estado.
O quadro encontra-se no Museo del Novecento, Milão.
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