O diretor de filmes instigantes e magníficos, como Veludo azul (Blue velvet), 1986, Cidade dos sonhos (Mullohand drive), de 2001, Império dos sonhos (Inland empire), 2006, é um artista multifacetado, igualmente talentoso como fotógrafo, artista plástico, ator, compositor, cantor e escritor.
Em 2008 David Lynch esteve no Brasil, foi entrevistado no programa Roda Viva, por ocasião do lançamento do seu livro Águas profundas: criatividade e meditação (Gryphus Editora), uma compilação de vários textos que define como uma espécie de "autoajuda" para difundir a paz mundial. Em se tratando de David Lynch é recomendável levar a sério o que chama de "autoajuda". A publicação trata de questionamentos sobre o sofrimento, tensão, raiva, conflitos no mundo em que vivemos, em um tom autobiográfico.
Lynch faria 79 anos na próxima segunda-feira, 20. Não deu tempo.
Do seu livro destaco um trecho que sublinhei e meditei. Relendo, entendo como ele enfrentava, com altivez e resignação, o problema de saúde, quando ano passado um diagnóstico revelou enfisema pulmonar:
"O cineasta não tem que sofrer para mostrar o sofrimento, deixe o sofrimento para os seus personagens''.
No teaser abaixo, David Lynch canta Cold wind blowin' que ele gravou no disco The big dream, de 2013.
"Tem um vento frio / soprando em meu coração. / O jogo acabou"