Em 20 de junho de 2015, depois do show de Clodo Ferreira, no Clube do Choro, em Brasília, conheci Lia Tavares, jornalista e produtora. Filha do compositor Clésio Ferreira, disse-lhe que tinha feito fotos com Clodo e Climério, e queria uma com ela, já que seu pai não estava mais por aqui (falecido em 2010). A empatia entre nós foi imediata. Parecíamos amigos de infância. De lá para cá, o tempo se estendeu no afeto dessa amizade.
Naquela noite conversamos sobre o projeto do documentário Pessoal do Ceará – Lado A Lado B, e que os piauienses-brasilienses irmãos Ferreira, pela forte ligação com a turma da música cearense, estavam escalados para o filme, em entrevistas e imagens. Lia liberou o que estava ao seu alcance sobre a obra do pai. Clesio e Clodo são os autores de um dos maiores sucessos de Raimundo Fagner, Revelação, gravado em 1978, no disco Eu canto.
Procuramos um local para fazer a foto. Encontramos um cantinho tendo ao fundo uma colagem de cartazes do Clube, e escolhemos um ângulo onde lia-se (olha a conjugação do verbo em seu nome!): “Para sempre Dominguinhos”. E ela me disse com um arco imenso de sorriso: “Agora somos amigos para sempre, Nirton”.
Lia partiu na madrugada de hoje, aos 44 anos. Meu coração agora é um pranto para sempre, querida amiga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário