segunda-feira, 1 de abril de 2024

um dia vestido de saudade viva

Em 20 de junho de 2015, depois do show de Clodo Ferreira, no Clube do Choro, em Brasília, conheci Lia Tavares, jornalista e produtora. Filha do compositor Clésio Ferreira, disse-lhe que tinha feito fotos com Clodo e Climério, e queria uma com ela, já que seu pai não estava mais por aqui (falecido em 2010). A empatia entre nós foi imediata. Parecíamos amigos de infância. De lá para cá, o tempo se estendeu no afeto dessa amizade.
Naquela noite conversamos sobre o projeto do documentário Pessoal do Ceará – Lado A Lado B, e que os piauienses-brasilienses irmãos Ferreira, pela forte ligação com a turma da música cearense, estavam escalados para o filme, em entrevistas e imagens. Lia liberou o que estava ao seu alcance sobre a obra do pai. Clesio e Clodo são os autores de um dos maiores sucessos de Raimundo Fagner, Revelação, gravado em 1978, no disco Eu canto.
Procuramos um local para fazer a foto. Encontramos um cantinho tendo ao fundo uma colagem de cartazes do Clube, e escolhemos um ângulo onde lia-se (olha a conjugação do verbo em seu nome!): “Para sempre Dominguinhos”. E ela me disse com um arco imenso de sorriso: “Agora somos amigos para sempre, Nirton”.
Lia partiu na madrugada de hoje, aos 44 anos. Meu coração agora é um pranto para sempre, querida amiga.

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