quarta-feira, 2 de maio de 2012

o cineasta da furadeira

O iconoclasta, o irreverente, o anti-Hollywood Abel Ferrara esteve em Brasília há uma semana para conversar sobre cinema no CCBB, na programação da Mostra Abel Ferrara e a Religião da Intensidade, com apresentação de toda sua inquietante filmografia. Revi clássicos de um cinema malcomportado, como "Sedução", "Enigma do poder", "Maria", "Cidade do medo", o seu primeiro longa "O assassino da furadeira"...

Para Abel Ferrara "em Hollywood, no cinema americano, ninguém é adorado. Quando você olha para os grandes diretores, Orson Welles e etc., eles foram todos destruídos por Hollywood. A América não é o lugar onde o cinema é visto como forma de arte. Na Europa, os cineastas são respeitados. Em Hollywood, é como uma fábrica. Não é arte."

Eu, que há muito não assisto a esses filmecos americanos, que considero Merryl Streep uma atriz mediana, e não sou devoto de Steven Spielberg, fico extasiado com declarações dos lúcidos cineastas punks da periferia hollywoodiana.

O bom cinema industrial americano já vinha respirando com dificuldade criativa no final da década de 70 e entrou em falência múltipla dos orgãos nos anos 80 pra cá. Hoje é um moribundo em 3D a jogar idiotices nos multiplexes.

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