
sábado, 28 de outubro de 2006
terça-feira, 24 de outubro de 2006
Cidadão do Cinema
quinta-feira, 19 de outubro de 2006
recusando o Oscar
Woody Allen recusou-se a ir receber o Oscar em 1978, quando foi indicado e premiado como melhor filme e melhor diretor por "Annie Hall", no Brasil "Noivo neurótico, noiva nervosa". Repetiu o gesto - considerado um erro diplomático - em 1987, quando "Hannah e suas irmãs" (Hannah and her sisters) concorreu nas categorias de filme, direção, edição, direção de arte, ator coadjuvante e atriz coadjuvante, ganhando nestas duas últimas, respectivamente, Michael Caine e Dianne Wiest. O diretor novaiorquino preferiu tocar jazz em um barzinho predileto.
Marlon Brando , em protesto pelo modo como os Estados Unidos discriminavam os índios nativos do país, não compareceu à cerimônia de entrega do Oscar, premiado por seu trabalho em "O poderoso chefão" (The Godfather), de Francis Coppola, em 1972. Enviou em seu lugar a atriz Sacheen Littlefeather, que subiu ao palco caracterizada de índia.
O cineasta finlandês Aki Kaurismaki radicalizou: nesta semana não permitiu que seu mais recente filme, "Luzes na escuridão" (Laitakaupungin valot), seja indicado ao Oscar 2007 em protesto veemente contra a política externa do bélico George W. Bush. O filme, que tem co-produção com França e Alemanha, foi escolhido pelo Instituto Finlandês de Cinema para representar o país na categoria de melhor filme estrangeiro.
"Luzes na escuridão" conta a história de um homem solitário, que trabalha como guarda-noturno em um shopping center na capital Helsinki. Foi exibido na mostra Panorama do Cinema Mundial, no Festival do Rio deste ano.
quarta-feira, 18 de outubro de 2006
animando o poeta
Confira esse belo trabalho na página:
http://www.youtube.com/watch?v=OVEnM4xD8_w
E se gostar como eu gostei, deixe seu recado aqui:
http://www.irdeb.ba.gov.br
Stone no Afeganistão
segunda-feira, 16 de outubro de 2006
os selecionados de Brasília

Longas 35mm
"Baixio das bestas", de Cláudio Assis, PE
"Batismo de sangue", de Helvécio Ratton, MG
"Encontro com Milton Santos ou o mundo global visto do lado de cá", de Sílvio Tendler, RJ
"O engenho de Zé Lins", de Vladimir Carvalho, DF
"Cleópatra", de Júlio Bressane, RJ
"Querô", de Carlos Cortez, SP
Curtas 35mm
"A vida ao lado", de Gustavo Galvão, DF
"Dia de folga", de André Carvalheira, DF
"Divino maravilhoso", de Ricardo Calaça, DF
"Residual", de Sergio Raposo, DF
"Uma questão de tempo", de Catarina Accioly e Gustavo Galvão, DF
"Espeto", de Guilherme Marback e Sara Silveira, SP
"Helena Zero", de Joel Pizzini, 25 min, RJ
"Noite de marionetes", de Haroldo Borges, BA
"Noite de sexta manhã de sábado", de Kléber Mendonça Filho,PE
"O brilho dos meus olhos", de Allan Ribeiro, RJ
"O homem-livro", de Anna Azevedo, RJ
"Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba", de Thomaz Farkas e Ricardo Dias, SP
"Trecho", de Clarissa Campolina e Helvécio Martins Jr., MG
Filmes 16mm
"A volta do candango", de Filipe Gontijo e Eric Aben-Athar, DF
"Borralho", de Arturo Sabóia e Paulo Eduardo Barbosa, DF
"Do andar de baixo", de Luisa Campos e Otavio Chamorro, DF
"Nada consta", de Santiago Dellape, DF
"Naturacaos", de Alisson Machado, DF
"O eixo do homem", de Marcius Barbieri, DF
"Ódio puro concentrado", de André Miranda, DF
"Vestígios", de Pablo Gonçalo, DF
"A goiabeira", de Ed Lopex, RJ
"Alguns recados", de Thiago Faelli, SP
"Cada um com seu cada qual", de Flávio Castro, RJ
"Canção para duas moças", de Gisella Cardoso Franco, RJ
"Deriva", de Gustavo Bragança, RJ
"O tempo de Clarissa", de Tatiana Nequete e Jéssica Luz, RS
"Onde a noite acaba", de Poliana Paiva, RJ
"Onde começa e como termina", de Raul Grecco, RJ
"Outro", de Daniel Solaroli, SP
"Recortes", de José Eduardo Milani, SP
"Silêncio", de Maurício Pastor Cuencas, SP
"Terra prometida", de Guilherme Castro,RS
"Uma vida e outra", de Daniel Aragão, PE
sexta-feira, 13 de outubro de 2006
Gillo Pontecorvo, cineasta
Pontecorvo em 2004. Foto F.Pedrazzini
O cineasta italiano Gillo Pontecorvo morreu ontem, em Roma, aos 87 anos.
"A batalha de Argel" (La battaglia di Algeri), de 1965, e "Queimada" (Queimada), de 1969, são os seus filmes mais conhecidos. O primeiro mostra os eventos decisivos da guerra pela independência da Argélia, marco do processo de libertação das colônias européias na África. Recebeu 3 indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Roteiro Original. O curioso é que as indicações recebidas foram em anos diferentes. Em 1967 foi indicado na categoria de melhor filme estrangeiro, sendo que dois anos depois, quando estreou nos cinemas americanos, foi indicado nas demais categorias.
Gillo Pontecorvo (D) dirigindo "A batalha de Argel". Foto Acervo Nirton Venancio
"Queimada", se passa no século XIX, e mostra um representante inglês enviado a uma ilha do Caribe, na intenção de incentivar uma revolta que derrube o governo português e favoreça os interesses da Coroa britânica. O inglês Sir William Walker é interpretado por Marlon Brando, que se desentendeu com o diretor durante as filmagens.
O cineasta deve ser homenageado no Festival de Roma, que começa hoje.
mestre Cartola no cinema
domingo, 8 de outubro de 2006
Almodóvar em estado de graça
sexta-feira, 6 de outubro de 2006
premiados no Rio
Lista completa dos premiados na página
www.festivaldorio.com.br
terça-feira, 3 de outubro de 2006
paraíso
"um dia minha vida foi ao cinematógrafo
e nunca mais voltou para casa"
(versos extraídos do poema "A chegada do trem à estação", de Narlan Matos)
domingo, 1 de outubro de 2006
o estranho que nós amamos

Para falar de filmes que estão em cartaz há bastante espaço no internet, nos jornais, nas revistas, e até nos outdoors. De vez em quando recorrerei a uma sessão, digamos, “os esquecidos”, para lembrar de filmes que foram mal lançados, mal distribuídos, e mal compreendidos pela “crítica especializada”, mas nem por isso execrável, condenável à vala comum.
Um desses filmes é o brasileiro “Querido estranho”, disponível em dvd, possivelmente em um cantinho na locadora, somente com uma cópia. Dirigido por Ricardo Silva e Pinto, o filme é uma pequena obra-prima. Pequena pela simplicidade sincera da produção, não pela construção cinematográfica, esta elevada e pomposa no mergulho de cabeça nos sentimentos humanos. A partir do peça “Intensa magia”, de 1996, escrita por Maria Adelaide Amaral, o roteiro de José Carvalho expõe o relacionamento conflituoso de uma família de classe média , centrada na figura ácida do patriarca, magnificamente vivido por Daniel Filho. Toda a ação se passa no dia do seu aniversário, quando os parentes chegam para comemorar a data, e ele, Alberto, expõe todos os problemas e feridas que unem e desunem cada um deles, sem poupar palavras cruéis e humor ferino. Do texto teatral à transposição para a tela é inegável um jeito meio nelsonrodrigueano na essência, pela força e escracho dos personagens e o núcleo doméstico onde eles se manifestam.
A dissecação na alma, sem meios-termos ou tratamento ambíguo, é o que nos atrai e incomoda. Rejeitando ou admirando, podemos nos espelhar em algumas brechas da situação que presenciamos. Impossível ficar impassível. O cinema nesse momento consegue um dos seus objetivos como arte: retratar o ser humano e refletir sobre nossas grandiosidades e podridões.
Produzido em 2002, rodado em tempo recorde de 24 dias, o filme é o segundo longa na carreira do paulista Ricardo. O primeiro foi a comédia “Sua excelência, o candidato”, em 1990. Ele é um dos mais requisitados assistentes de direção no cinema brasileiro, além de trabalhar como diretor de produção e produtor executivo em mais de vinte filmes. Dirigiu os curtas “Zabumba” (84) e “Adultério” (88). Ainda neste ano será lançada sua biografia, escrita por Rodrigo Capella, dentro da Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial de São Paulo.
Daniel Filho na frente das câmeras revela-se um grande ator. São marcantes suas atuações em “Romance da empregada” (1987), de Bruno Barreto e “Tieta do agreste” (1997), de Cacá Diegues. Em “Querido estranho” ele rouba todas as cenas, embora não se desclassifique as interpretações de Suely Franco, Ana Beatriz Nogueira, Cláudia Netto, Mário Schoemberge e Emílio de Mello, este premiado como melhor ator coadjuvante no Festival de Gramado de 2002.