"O Oswaldo Massaini lutou até o último instante para colocar o Mazzaropi no lugar do Leonardo Vilar. Ele estava interessado na bilheteria. A idéia era tão fixa que ligou para o Alípio Ramos, no Rio de Janeiro, para vir me convencer da mudança. Ele veio. Era pressão de dois produtores. Bati o pé. Hoje fico a imaginar o filme brasileiro mais premiado de todos os tempos com Mazzaropi no papel principal, fazendo um tipo esbodegado. Risível."
Anselmo Duarte, 89 anos, em sua autobiografia "Adeus, cinema", lançada em 1993 pela Massao Ohno Editor, ao falar sobre tudo que envolveu a produção de "O pagador de promessas", o primeiro e até agora o único filme brasileiro a ser premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes, em 1962.
O livro é de uma sinceridade que em alguns momentos causa uma sensação de amargura. Anselmo não usa meios-termos, não poupa pessoas nem esconde fatos, não disfarça os defeitos nem minimiza a importância de seu trabalho como cineasta, e, antes que lhe esqueçam, diz que ao publicar o livro correu "o risco consciente e involuntário de fazer história do cinema brasileiro". A elegância, no entanto, está em todas suas palavras, em um depoimento que comove pelo coração aberto.
E o cineasta passou por um risco inconsciente e involuntário recentemente: após 23 dias internado, Anselmo recebeu alta do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, em São Paulo. No mês passado ele sofreu um infarto agudo do miocárdio, e os médicos identificaram outras complicações urológicas. Estabilizado o quadro cardíaco, o diretor seguirá dirigindo esse filme de sua vida em casa, intercalado com acompanhando médico.
E o cineasta passou por um risco inconsciente e involuntário recentemente: após 23 dias internado, Anselmo recebeu alta do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, em São Paulo. No mês passado ele sofreu um infarto agudo do miocárdio, e os médicos identificaram outras complicações urológicas. Estabilizado o quadro cardíaco, o diretor seguirá dirigindo esse filme de sua vida em casa, intercalado com acompanhando médico.
2 comentários:
Nirton, "pagador de promessas" é um grande filme, e bom que ganhou a Palma de Ouro sem ser de um desses cineastas metido a besta. Anselmo é um cara simples, sem arrogância de ser gênio.
Concordo, Bertini.
Que o Anselmo se recupere logo.
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