ilustração Elifas Andreato
Em fevereiro de 1973 Pixinguinha veste o seu melhor e mais engomado terno de linho branco, e de sua casa, em Inhaúma, zona norte do Rio de Janeiro, segue para o batizado do filho de um grande amigo, na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema.
Era pleno sábado de carnaval, mas o mestre atravessa a cidade entre alguns foliões, sereno e contente com o seu compromisso.
Já se aproximando o final da cerimônia, logo após a criança receber a água benta, Pixinguinha afrouxa a gravata, passa o lenço na testa... começa a passar mal. Em segundos cai, fulminado por um infarto.
A notícia se espalha rápido pelas ruas do bairro. Componentes da Banda Ipanema, que estavam próximos da igreja, tocam Carinhoso entre lágrimas e confetes, em um enredo improvisado de reverência.
O coração de todos batendo triste, os olhos chorando e seguindo o mestre pelas ruas de um outro carnaval.
Hoje é aniversário de nascimento de Pixinguinha, data escolhida para comemorar o Dia do Choro. Naquele sábado de 73, um dia de choro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário